Acessar o conteúdo principal
A Semana na Imprensa

Le Point ironiza ambiguidades dos evangélicos que apoiam Trump nos EUA

Publicado em:

A revista francesa Le Point desta semana destaca a “direita cristã militante” dos Estados Unidos e sua relação com Donald Trump. Para o periódico, os evangélicos “continuam a apoiar o presidente norte-americano, a despeito dos escândalos que marcam seu governo”.

Reportagem da revista semanal Le Point destaca a fé dos evangélicos em Donald Trump.
Reportagem da revista semanal Le Point destaca a fé dos evangélicos em Donald Trump. Fotomontagem RFI
Publicidade

“Não precisa de GPS. Basta seguir o barulho dos tiros para chegar ao campus da Liberty University, uma das mais imponentes faculdades protestantes dos Estados Unidos”, diz a revista Le Point. “A universidade abriu na primavera um grande estande de tiro no valor de US$ 3,2 milhões onde os cerca de 15.600 estudantes podem se exercitar atirando com fuzis, rifles e revólveres”, detalha o periódico, lembrando que o curso de “Campeões do Cristo” inclui também aulas gratuitas sobre “os rudimentos do tiro”.

Se o álcool, o cigarro, o sexo, a dança e os shorts são proibidos no campus, o presidente da Universidade, Jerry Falwell Junior, chegou a recomendar pessoalmente a posse de armas de fogo, lembra Le Point. Após o ataque terrorista de San Bernardino, que deixou 14 mortos em 2015, Falwell Junior chegou a incentivar os estudantes a conseguirem uma permissão para porte de armas, conta a reportagem. “Vamos lhes dar uma lição se eles vierem aqui”, disse na ocasião, segundo a revista francesa.

"Como se fosse Deus"

Le Point conta que a Universidade Liberty foi fundada em 1971 pelo reverendo Jerry Falwell, um famoso evangélico presente em programas de televisão e venerado na região “como se fosse Deus”. Sob o comando de seu filho, Falwell Junior, a faculdade se transformou em posto avançado da direita cristã militante norte-americana. A revista conta que o movimento “Maioridade Moral”, criado em 1970 por Jerry Falwell, contribuiu ao aumento de poder da ala religiosa evangélica no coração do Partido Republicano dos Estados Unidos.

“Como um bom cristão, apóstolo da retidão moral, pode se derramar em elogios a uma ex-estrela de um programa de reality show?”, pergunta Le Point, referindo-se a Donald Trump. Segundo a revista, os evangélicos brancos, que representam um pouco mais de um terço do eleitorado do Partido Republicano norte-americano, votaram em massa neste “ex-dono de cassino, duas vezes divorciado, que mistura o Novo e o Antigo Testamento e que se gaba de ter seduzido o mesmo tanto de mulheres que o Rei Salomão”.

Para Stephen Mansfield, autor de um livro sobre Trump e os cristãos conservadores, entrevistado pelo periódico “é preciso lembrar que, durante oito anos, os evangélicos sentiram que a administração Obama atacava sua fé e lhes tinha declarado guerra”. Le Point finaliza a matéria contando que até Donald Trump parece um pouco surpreso com esta “adulação”. “Na época da convenção republicana, em julho de 2016, o candidato agradeceu os evangélicos pelo seu ‘incrível’ apoio, que ele não sabia se merecia completamente”.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.