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EUA

Suspeito de enviar pacotes-bomba nos EUA é defensor de supremacia branca e contra minorias

A mídia americana divulga neste sábado (27) o perfil do suspeito de enviar pacotes-bomba a opositores do presidente americano, Donald Trump. Os próximos do nova-iorquino Cesar Sayoc, de 56 anos, o descrevem como um defensor da supremacia de pessoas de pele branca e contra minorias, especialmente negros, judeus e gays.

Foto de Cesar Sayoc no cadastro da polícia americana, com data de 2005.
Foto de Cesar Sayoc no cadastro da polícia americana, com data de 2005. Reuters
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Morador de Aventura, na Flória, Sayoc foi preso na sexta-feira (26) em conexão com o envio de artefatos explosivos pelo correio a personalidades democratas e à emissora CNN. Segundo o diretor do FBI, Christopher Wray, o suspeito é um fervoroso admirador do presidente americano, Donald Trump. 

Sua caminhonete, apreendida pela polícia, é coberta de adesivos de apoio a Trump e de fotos de seus opositores, como se estivessem sob a mira de uma arma, entre eles, a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, o ex-presidente Barack Obama, e o cineasta Michael Moore. Também colado no veículo, há mensagens contra a CNN. 

A imprensa americana informou que Sayoc trabalhou como stripper durante um determinado período. A impressão dele entre conhecidos e colegas não é das melhores, muitos dizem que ele defende a ideia de que as pessoas de pele branca são superiores

Debra Gureghian, gerente de uma pizzaria em Fort Lauderdale onde o suspeito trabalhou o descreve como "um louco". "Havia algo realmente ruim nele. Estava muito irritado com o mundo, com os negros, os judeus, os gays", contou ao jornal The Washington Post. "Nunca disse que os mataria, ou os bombardearia, simplesmente disse: 'Se eu tivesse completa autonomia sobre gays, negros e judeus, eles não sobreviveriam'", declarou. 

Antecedentes criminais e militantismo nas redes

Sayoc já havia sido preso várias vezes. Em 2002, foi acusado de emitir uma falsa ameaça de bomba, de acordo com documentos judiciais do condado de Miami. Foi detido e sentenciado a um ano de liberdade provisória.

Além disso, o suspeito tem um longo histórico de problemas financeiros. Os documentos judiciais mostram que chegou a declarar falência em 2012.

A tendência política de Sayoc fica evidente nas redes sociais onde tem vários perfis. Em uma foto em sua conta no Facebook, ele exibe o boné com o lema de campanha de Trump, "Make America Great Again" (tornar a América grande de novo).

Sayoc tinha ao menos duas contas no Twitter, @hardrock2016 e @hardrockintlent, nas quais escrevia como Cesar Altieri e como "Julus Cesar Milan". O último tuíte da conta de @hardrock2016 de Sayoc é de quarta-feira (24). Nela, retuitou uma mensagem que afirma que Andrew Gillum, candidato democrata ao governo da Flórida, "admitiu" que havia recebido dinheiro de George Soros. O bilionário, um célebre patrocinador de causas progressistas, também foi alvo de um dos artefatos explosivos.

Além dele, o ex-presidente Barack Obama, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, a CNN e o ator Robert de Niro - que faz fortes críticas a Trump, também foram destinatários das bombas caseiras enviadas por correio e com um endereço da Flórida como remetente.

Como o FBI chegou a Sayoc

A prisão de Sayoc foi a primeira anunciada no âmbito da investigação para encontrar o ou os responsáveis pelo envio de doze pacotes suspeitos. O anúncio foi feito pouco depois de o FBI confirmar uma correspondência dirigida ao senador democrata Cory Booker, enquanto a CNN disse ter recebido outra ao ex-diretor de inteligência nacional, James Clapper. Ambos tinham o mesmo endereço de expedição: o de uma deputada democrata da Flórida, Debbie Wasserman Schultz.

Trump imediatamente afirmou no Twitter que a série de alertas de pacotes com bombas enviados a muitos de seus adversários políticos está prejudicando a campanha do Partido Republicano antes das eleições de meio-mandato em novembro. "Os republicanos estão indo tão bem nas pesquisas, e agora essa coisa de 'bomba' acontece e a dinâmica diminui muito", tuitou Trump. "Muito lamentável, o que está acontecendo. Republicanos, saiam e votem!", acrescentou.

O presidente americano também elogiou no Twitter o "incrível trabalho" das forças da lei em relação à prisão do suspeito. "Devemos mostrar ao mundo que estamos unidos", publicou.

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