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López Obrador enfrenta candidato “geek” nas eleições mexicanas

Nesse domingo (1), cerca de 90 milhões de eleitores mexicanos irão às urnas para escolher diversos representantes políticos, incluindo um novo presidente. Após os seis anos de mandato de Enrique Peña Nieto, do Partido da Revolução Institucional (PRI), o candidato da esquerda Andres Manuel López Obrador é o favorito para o pleito, mas enfrenta um candidato jovem: Ricardo Anaya.

Ricardo Anaya se declara um candidato "moderno"
Ricardo Anaya se declara um candidato "moderno" REUTERS/Gustavo Graf
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Os resultados dessas eleições mexicanas devem marcar o rumo que o país vai tomar nos próximos anos. Os eleitores vão decidir entre manter um governo já conhecido ou fazer uma virada à esquerda – opção que parece ser a mais provável, segundo as sondagens. Obrador teria entre 20% e 25% de vantagem sobre seus dois principais adversários do PRI e do Partido Ação Nacional (PAN).

Atrás de López Obrador nas pesquisas está Ricardo Anaya, jurista de 39 anos e uma das revelações dessas eleições mexicanas. Chamado de “jovem maravilha” após sua ascensão meteórica, Anaya promete ser um chefe de Estado “moderno e inspirado no Vale do Silício”.

Aliado ao PAN, partido conservador, Anaya expõe seu programa como se trabalhasse para a Apple ou Google. “O dilema para os eleitores é a continuidade ou a mudança. Eu proponho que mudemos de forma inteligente juntos”, declarou recentemente o candidato.

Fontes próximas a Anaya o descrevem como “maquiavélico”, “perfeccionista”, “impaciente” ou “nerd”. “Ele não ganha um concurso de popularidade porque aqueles que ficam no fundo da classe, que não fazem os deveres de casa, não o vêem com bons olhos”, afirma o ex-presidente do PRD, Augustin Basave.

“Anaya está pronto para destruir seu próprio partido, a dividi-lo em pedaços, só para ficar com a presidência”, analisa Pamela Starr, especialista na política mexicana da Universidade da Califórnia do Sul.

Obrador: Salvador da pátria ou populista?

Na outra ponta se encontra Andres Manuel López Obrador, que também bate na tecla da “mudança”. Para o professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e especialista do México, “Obrador traz muitas esperanças, mas não é um novato na arena política. Faz mais de 30 anos que ele trabalha em todos os contextos e combates políticos”.

“Ele foi um dos fundadores do Partido da Revolução Democrática (PRD), de esquerda, que se separou do PRI. Em seguida, ele se separou do PRD para formar seu próprio movimento de regeneração nacional, conhecido sob a sigla de ‘Morena’. É a terceira vez que é candidato”, explica Musset.

Dessa vez, no entanto, López Obrador soube se aproveitar do descontentamento dos mexicanos, cansados da corrupção e da violência, e desejosos de uma verdadeira mudança. Por outro lado, o ex-prefeito da cidade do México é considerado por alguns “como populista”.

Independentemente da escolha dos mexicanos, as eleições acontecem sob um contexto de preocupante violência. Durante a campanha eleitoral, mais de 130 dirigentes políticos e candidatos a cargos locais foram assassinados – o que pode desencorajar certos eleitores de comparecerem às urnas ou mesmo obrigá-los a escolher um candidato por pressão.

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