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Nicarágua / Daniel Ortega / Protestos / Política

Começa diálogo entre Ortega e opositores na Nicarágua

A Igreja Católica abriu nesta quarta-feira (16) um diálogo na Nicarágua para superar uma grave crise marcada por quase um mês de protestos que deixaram 58 mortos. Hoje, o presidente Daniel Ortega pediu que não se derramasse sangue entre irmãos.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa na Conferência Episcopal do país, no primeiro diálogo após quase um mês de protestos que deixaram 58 mortos (16 de maio de 2018)
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursa na Conferência Episcopal do país, no primeiro diálogo após quase um mês de protestos que deixaram 58 mortos (16 de maio de 2018) REUTERS/Oswaldo Rivas
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"Bem-vindos à sessão de abertura do diálogo nacional", anunciou um representante da Igreja na cerimônia inaugural. A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), presidida pelo cardeal Leopoldo Brenes, media as negociações, em que os setores estudantil, empresarial e da sociedade civil, que se opõem ao governo, buscam uma democratização e até mesmo a renúncia do presidente.

"O sangue dos irmãos na Nicarágua não deve continuar a correr" e "a polícia tem ordens para não atirar" nos manifestantes, declarou Ortega ao abrir o diálogo, que acontece no seminário de Nossa Senhora de Fátima, na capital Manágua.

Vaias

Ao discursar, o presidente foi interrompido várias vezes por gritos de "chega de repressão" e "assassino" por parte de representantes dos estudantes que participam das negociações. Os jovens foram aqueles que mais sofreram com a repressão das manifestações.

O governo está interessado em fazer justiça aos mortos e "por isso convidou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)", disse Ortega, que agradeceu ao CEN e ao cardinal Leopoldo Brenes "por este esforço extraordinário para que este diálogo fosse instalado".

É a primeira vez que Ortega, que governou nos últimos anos com um controle quase absoluto do país, concorda em dialogar com seus opositores. Sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo também participa das conversações.

Além de 58 mortos, as manifestações deixaram quase 500 feridos, mais de 60 pessoas ainda desaparecidas e o caos em várias cidades por saques, incêndios e barricadas nas ruas.

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