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Brasil-América Latina

Degustação de vinhos em bairro inteiro de Buenos Aires atrai brasileiros

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Os argentinos criaram uma nova forma de degustar vinhos, uma modalidade que tem atraído brasileiros, sejam turistas ou residentes. A cada edição, cerca de 20% dos participantes são brasileiros que percorrem uma espécie de rota turística da gastronomia, com a desculpa de provar vinhos. E que bela desculpa!

A advogada carioca, Mariana Tostes (25), que chegou há três meses da Itália para morar na Argentina e queria conhecer como são os vinhos argentinos. Esse evento foi crucial para a descoberta.
A advogada carioca, Mariana Tostes (25), que chegou há três meses da Itália para morar na Argentina e queria conhecer como são os vinhos argentinos. Esse evento foi crucial para a descoberta. M. Resende
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Um evento de degustação de vinhos já é, em si, um evento muito bom. Imagine quando todo um bairro se transforma numa grande degustação de vinhos. Essa é a nova modalidade que os argentinos criaram: conjuga excelentes bebidas, preço acessível e turismo. É o chamado "Vinho Celebra", que, no próximo sábado, terá a sua terceira edição no bairro de Caballito.

Com taças em mãos, centenas de pessoas caminham pelo circuito do vinho, ao redor de dez quarteirões. Durante as cinco horas de duração do evento, descobrem-se novos lugares e as melhores etiquetas de 30 vinícolas diferentes.

De um bar a um café, de uma enoteca a um restaurante. Até chocolaterias e pâtisseries entram com harmonizações especiais. A caça é fácil e o tesouro, garantido.

Público brasileiro em destaque

Na próxima edição em Caballito, por exemplo, os brasileiros vão poder descobrir um bairro fora do roteiro turístico. O circuito inclui um passeio pelo único bonde que ainda circula no país e é praticamente desconhecido dos brasileiros.

A casa de chocolates de São Carlos de Bariloche, Rapa Nui, fará harmonizações. Chance única para conhecer a pâtisserie "Es Ruiz", do renomado mestre Eduardo Ruiz, premiado internacionalmente e jurado da "Coupe du Monde de la Pâtisserie" em Lyon, França.

A cada nova edição, os brasileiros ganham destaque: eles têm representado cerca de 20% dos 600 participantes.

É o caso da advogada carioca, Mariana Tostes (25), quem chegou há três meses da Itália para morar na Argentina. Mariana conta:

Cheguei há pouco tempo a Buenos Aires e queria conhecer como são os vinhos argentinos, e esse evento foi crucial. Durante todos os anos que morei fora, na Itália principalmente, eu nunca vi um evento como esse

 
e compara:

Em relação aos vinhos italianos, os vinhos daqui, mesmo os mais baratos, são de muito boa qualidade

 
Há três anos e meio em Buenos Aires, a publicitária carioca Talullah Cumplido (35) tem descoberto lugares da cidade enquanto prova vinhos.

A publicitária carioca Talullah Cumplido.
A publicitária carioca Talullah Cumplido. M. Resende

 

"É incrível porque a maioria das degustações são em lugares fechados. Um bairro em que você vai degustando em bares e restaurantes é uma ideia inovadora", define.

 
Especialista em marketing digital, Talullah quer divulgar a novidade para os brasileiros através do seu Instagram TOMATEUNMATE.

"Os brasileiros precisam descobrir isso", estusiasma-se.

 
Ao lado de Talullah, o namorado argentino, o engenheiro Pablo Dev (44), fica impressionado com a quantidade de brasileiros pelas ruas.
 

"Nas degustações que eu vou, vejo muitos brasileiros. Tem muita gente do Brasil que vem aqui só para fazer esses circuitos de vinho", observa.

 
Mas como fica o coração de um argentino ao ver tanto interesse estrangeiro? "Por ser um produto argentino, eu sinto orgulho do meu país. Fazemos muitas coisas erradas, mas acho que vinho é uma das coisas certas que nós fazemos, né?", orgulha-se.

 
A publicitária Marcela Gadelha, de João Pessoa, de partida para o México, faz um balanço depois de dois anos morando na Argentina.

A publicitária Marcela Gadelha de João Pessoa.
A publicitária Marcela Gadelha de João Pessoa. M. Resende

 

"Quando eu morava no Brasil, eu tomava um vinho ou outro, mas não tinha aquela curiosidade e aquele desejo de conhecer mais sobre o vinho. E aqui em Buenos Aires, eu comecei a saber mais das uvas, comecei a pesquisar mais e apurei o meu gosto. Buenos Aires me trouxe isso: o gosto pelo vinho", avalia.

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