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RFI Convida

"Quem ganha mais, deveria pagar mais imposto no Brasil", diz especialista da USP

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O RFI Convida entrevistou nesta quinta-feira (19) Maria Antonieta del Tedesco Lins, professora-associada do Instituto de Relações Internacionais da USP, especializada em Economia e Administração Pública. Ela foi uma das convidadas do Instituto de Negócios Internacionais de Roma para falar sobre a crise econômica na América Latina.

Maria Antonieta del Tedesco Lins, professora de Relações Internacionais da USP.
Maria Antonieta del Tedesco Lins, professora de Relações Internacionais da USP. Raphael Belicanta
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Raphael Belicanta, correspondente da RFI em Roma

"Muitas crises econômicas são desencadeadas por algum choque. Nunca sabemos direito quando vai acontecer. O movimento nos mercados financeiros começa a ficar intenso, eufórico demais, mas ninguém quer sair até lucrar, até o último momento", explica a professora de Relações Internacionais da USP.

"É mais fácil entrar na crise do que sair dela", afirma Maria Antonieta del Tedesco Lins. Para a professora, as políticas anticrise são sempre dolorosas e restritivas. "Em tempos de crise econômica, as políticas acabam tendo um peso grande sobre o cidadão e as famílias. O ideal seria uma política que equilibrasse um pouco, porque não é só o setor privado que paga por essa crise, mas as famílias e o Estado", avalia.

Estabilidade econômica no Brasil?

Qual o segredo de uma estabilidade econômica duradoura? "No caso do Brasil, uma série de propostas estão sendo elaboradas. Uma série de reformas estão na agenda. No caso da reforma da Previdência, considero que exista uma desigualdade muito grande no tratamento de categorias do setor público, que faz com que essa reforma seja intragável para trabalhadores do setor privado, o tratamento que se dá a militares, ao Judiciário. No quadro político em que o Brasil vive isso é inaceitável", aponta a professora.

Maria Antonieta avalia que a reforma previdenciária é necessária, "mas ela precisa pegar mais gente". "Mesmo que o efeito seja relativamente pequeno em termos de participação no PIB, porque isso a torna mais aceitável para a sociedade", afirma.

"Fora isso, é necessário que quem ganha mais, pague mais imposto no Brasil", defende a professora. "A reforma tributária, da qual se fala muito, fazer a revisão dos impostos diretos, os mais regressivos, que incidem sobre todas as pessoas com a mesma alíquota, é uma coisa politicamente muito difícil e nada indica que estamos caminhando nesta direção", conclui Maria Antonieta del Tedesco Lins.

* Para ouvir a entrevista na íntegra, clique na foto acima

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