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Linha Direta

Bolivianos se manifestam contra e a favor de reeleição de Evo Morales

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Mais uma vez os bolivianos vão às ruas das principais cidades do país para protestar contra e a favor aos planos de reeleição de Evo Morales. A data escolhida para essa greve coincide com a do referendo realizado há dois anos, no qual a população rejeitou que o presidente volte a se candidatar ao Palácio Quemado, a sede do governo da Bolívia. 

Presidente Evo Morales tem viajado bastante para o interior da Bolívia - críticos afirmam que ele já está em pré-campanha.
Presidente Evo Morales tem viajado bastante para o interior da Bolívia - críticos afirmam que ele já está em pré-campanha. REUTERS/David Mercado
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Santa Cruz de la Sierra

Essa é a segunda paralisação deste ano, e ocorre no mesmo dia do referendo feito em 21 de fevereiro de 2016, quando 51,3% dos eleitores rejeitaram a reeleição de Morales. Mesmo assim, em novembro do ano passado, o Tribunal Constitucional fez uma manobra para permitir que o presidente volte a concorrer nas eleições de 2019.

Evo chegou ao poder em 2006 e está em seu terceiro mandato. Boa parte da população reconhece a evolução do país, sobretudo na área econômica, ao longo desses 12 anos. Mas os bolivianos também afirmam que ter o mesmo presidente por tanto tempo no poder não é saudável para a democracia.

A paralisação, realizada em escala nacional, vai durar 24 horas e foi convocada pelos comitês cívicos dos principais departamentos do país. Partidários do presidente também estão nas ruas para defender o direito de Morales de se candidatar.

Desta vez, os grevistas paralisam as principais cidades do país: a capital La Paz, Santa Cruz de la Sierra - centro econômico da Bolívia -, e Cochabamba, sede da produção agrícola.  Além disso, os manifestantes prometem fechar as fronteiras, uma forma de chamar a atenção também dos países vizinhos.

Impacto nas exportações

Aos poucos a Bolívia, vem engrossando suas participações nas trocas comerciais regionais. Recentemente, começou a vender para o Brasil toneladas de ureia. O país não tem saída para o mar e fechar as estradas que o conectam aos vizinhos pode afetar seu comércio internacional, ainda que por poucas horas.

Para atingir essa meta, os sindicalistas do setor do transporte de cargas querem bloquear as principais saídas das cidades e as fronteiras. No entanto, a polícia tem ordens para liberar todas as vias.

O Ministério do Trabalho divulgou um comunicado informando que hoje é um dia útil como qualquer outro tanto para o setor público quanto para o privado. Evo Morales vai dar continuidade à sua agenda: hoje ele participará de atividades em La Paz e, em seguida, vai a Santa Cruz, onde irá inaugurar obras. Nos últimos meses, o presidente tem visitado cidades do interior do país. Críticos afirmam que ele já está em campanha eleitoral.

Mar para Bolívia

Dentro de um mês, a Corte Internacional de Haia, na Holanda, vai estudar o caso da disputa da Bolívia com o Chile. “Mar para Bolívia” é a frase utilizada pelo governo de Morales para reivindicar uma saída para o oceano Pacífico, pelo território chileno.

Para chamar a atenção nacional e internacional para a causa, está sendo confeccionada uma bandeira gigante para ser estendida em uma das estradas mais extensas do país. Evo Morales pediu para que todos levem tecido para o preparo da longa bandeira azul, da cor do mar.

Ele alegou que essa é a melhor maneira de unir esforços para acompanhar o processo, que será analisado entre os dias 19 e 28 de março na Corte Internacional de Justiça. O tema do mar para a Bolívia é delicado e controverso, sobretudo porque, de acordo com documentos históricos, a Bolívia cedeu em 1904 o acesso ao oceano Pacífico ao assinar o Tratado de Paz e Amizade.

A falta de acesso ao mar é um dos entraves à economia boliviana, dependente das estradas dos demais países da região para transportar parte do que importa e exporta.

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