O governo boliviano realizou uma série de investimentos em Oruro, onde é celebrado o mais tradicional carnaval do país e um dos mais atrativos da região, mas uma explosão que matou pelo menos 8 pessoas tirou o brilho da festa, que todos os anos reúne milhares de turistas, vindos de várias partes do mundo.
Elianah Jorge, correspondente da RFI em Bolívia
O Carnaval de Oruro é considerado pela Unesco Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Esse ano o governo boliviano instalou em Oruro, a sexta maior cidade do país, um sistema de teleféricos, a cerca de 3.700 metros do nível do mar.
De acordo com o Ministério de Turismo da Bolívia, até domingo, pelo menos 45 mil pessoas participaram da festa de carnaval, que movimenta anualmente US$15 milhões (cerca de R$ 49 milhões). A festa folclórica na verdade é uma homenagem à Pachamama, como é chamada a Mãe Terra na cultura andina. Para agradecer essa divindade, os bolivianos tocam e dançam animadamente para agradecer as colheitas de todo o ano.
Diversas pessoas se reúnem nas "fraternidades", como são chamados os blocos de carnaval, que desfilam dia e noite por um percurso até o santuário da Virgem de Socavón. O carnaval de Oruro reflete as tradições de diversas culturas bolivianas, seja através das roupas e dos ritmos musicais, que podem ser os tinkus, as morenadas, as diabladas e os caporales.
Explosão estraga festa
Esse ano, a festa foi afetada pela explosão que matou oito pessoas e deixou pelo menos 40 feridos. O acidente aconteceu na noite deste sábado (10), em uma venda de comida ambulante localizada nas proximidades da entrada do local dos desfiles.
De acordo com testemunhas, a explosão aconteceu após o óleo quente usado no preparo de alimentos ter caído sobre a mangueira de um botijão de gás, que acabou explodindo.
O presidente Evo Morales não foi a Oruro, mas enviou uma mensagem de solidariedade aos familiares das vítimas e aos feridos na explosão. O país sofre com as chuvas e recentemente o presidente declarou estado de emergência por causa das enchentes que, desde novembro do ano passado, afetam sete regiões da Bolívia e já causaram a morte de pelo menos 14 pessoas em diversas partes do país. Há poucos dias, Morales visitou a cidade de Tupiza, localizada ao sul do departamento de Potosí, bastante afetada pelas chuvas.
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