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Venezuela

América Latina repudia antecipação das eleições na Venezuela

Brasil e mais 12 países da região, além do Canadá, exigem ainda a participação da oposição e garantias. Caso contrário, "as eleições não terão legitimidade nem credibilidade". Na Rússia, o presidente argentino, Mauricio Macri, criticou a Venezuela perante o líder russo, Vladimir Putin, para quem o governo do venezuelano Nicolás Maduro é o aliado estratégico na América do Sul.

Mauricio Macri, presidente da Argentina, e seu colega russo Vladimir Putin, em Moscou em 23 de janeiro de 2018.
Mauricio Macri, presidente da Argentina, e seu colega russo Vladimir Putin, em Moscou em 23 de janeiro de 2018. REUTERS/Alexander Nemenov
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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

A decisão do governo da Venezuela de convocar eleições antecipadas foi repudiada por 14 países da região. Reunidos em Santiago, no Chile, os ministros das Relações Exteriores e representantes de Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia e Canadá rejeitaram a decisão porque "torna impossível a realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes e confiáveis, de acordo com os padrões internacionais".

Em nota, "os países exigem ainda que as eleições sejam convocadas com antecipação adequada, com a participação de todos os atores políticos venezuelanos e com todas as garantias correspondentes, inclusive a participação de observadores internacionais independentes". Sem essas condições, advertem, "as eleições não terão legitimidade ou credibilidade".

Os países do chamado Grupo de Lima voltaram a declarar o pleno apoio à Assembleia Nacional (Parlamento), democraticamente eleita e de maioria opositora, enquanto voltaram também a destacar a falta de legitimidade e de legalidade da "assembleia constituinte" -que fazem questão de manter com letras minúsculas porque não a reconhecem.

O regime de Nicolás Maduro elegeu uma Assembleia Constituinte, de totalidade oficialista, com plenos poderes para legislar e retirou todos os poderes do Parlamento. O Grupo de Lima foi criado em agosto passado, logo após o regime de Maduro realizar eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, uma forma de esvaziar a oposição.

A data das eleições e os rumores de uma possível antecipação do pleito eram pontos de negociação entre o governo e a oposição, reunidos em Santo Domingo, na República Dominicana. Com a decisão repentina de antecipar eleições, o México retirou-se do papel de mediador da mesa de diálogo.

"O anúncio (de antecipação das eleições) é lamentável porque acaba com a seriedade do processo de negociação", disse o ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray.

Em Santiago, no Chile, o Grupo de Lima também expressou a sua "profunda preocupação com o êxodo de milhares de venezuelanos que, em razão da crise humanitária nesse país, atravessam fronteiras todos os dias".

Macri crítico; Putin, em silêncio

Na Rússia, durante visita bilateral, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse que "a América Latina é uma região de paz". "A não ser na Venezuela, que tem um regime onde não são respeitadas as garantias constitucionais nem os direitos humanos", disparou Macri enquanto olhava ao seu colega russo, Vladimir Putin, olhou, ouviu, mas manteve-se em silêncio.

Em reunião privada, Macri teria descrito a Putin o regime de Nicolás Maduro como um problema para a América Latina. Para o presidente argentino, o regime de Maduro é uma ditadura enquanto para Putin, um aliado.

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