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Américas

Chile é o país que pior avalia o papa Francisco na América Latina

O Chile, onde o papa Francisco chegará nesta segunda-feira (15), é o país da América Latina em que o pontífice e a Igreja Católica têm a pior avaliação em consequência da onda de escândalos de abusos sexuais a menores, segundo um estudo revelado em Santiago nesta sexta-feira (12).

A avaliação do papa Francisco na América Latina desceu de 7,2 para 6,8 pontos percentuais entre 2013 e 2017.
A avaliação do papa Francisco na América Latina desceu de 7,2 para 6,8 pontos percentuais entre 2013 e 2017. REUTERS/Alessandro Bianchi
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O relatório da consultora Latinobarómetro mostrou que em uma escala de zero a 10, os chilenos avaliam o papa Francisco com 5,3, enquanto a média da América Latina alcança 6,8. O Paraguai é o país que melhor avalia o sumo pontífice (8,3), seguido por Brasil (8,0) e Equador (7,5).

No Peru, onde o papa chegará na quinta-feira (18), a popularidade de Francisco alcança os 6,9 pontos, ocupando o sétimo lugar da região.

Queda de popularidade

A avaliação do papa Francisco na América Latina desceu de 7,2 para 6,8 pontos percentuais entre 2013 e 2017.

O Chile também é o país onde a confiança na Igreja Católica mais caiu desde 2015, de 44% para 36%. Enquanto 38% dos entrevistados se consideraram "ateus ou agnósticos”.

O "Chile é o país que mais desconfia da Igreja", disse Marta Lagos, diretora da Latinobarómetro, em coletiva de imprensa.

Pedofilia

Lagos explicou que os números no Chile são explicados pelos casos de pedofilia que devastaram o país desde que, em 2010, foi revelado o escândalo envolvendo o sacerdote Fernando Karadima, condenado pelo Vaticano por abuso sexual de menores.

Após esse fato, mais de 20 casos de padres abusadores foram trazidos à tona, provocando a queda do apego dos chilenos com a Igreja Católica. Apesar disso, o catolicismo ainda é a religião dominante do país, com 45% da população. Na América Latina a adesão chega a 59%.

A forte queda do catolicismo e o crescente aumento de agnósticos provocou "um caso de secularização acelerada" no Chile nos últimos anos, segundo Lagos.

Em 2013, quando o argentino Jorge Bergoglio se tornou papa, a confiança dos chilenos subiu de 38% para 44%.

"A imagem do papa Francisco faz diferença entre os católicos, mas não influenciou o suficiente para que a Igreja retomasse seus fiéis", afirmou Lagos.

No Chile, o papa Francisco visitará as cidades de Santiago, Temuco e Iquique, onde realizará missas e terá encontros com vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). No entanto, está descartada uma reunião com pessoas que sofreram abusos de sacerdotes.

No Peru, o papa visitará Lima, Puerto Maldonado e Trujillo, em uma viagem também de três dias.

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