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Venezuela

Venezuelanos votam para prefeito em eleição marcada por boicote da oposição

Os venezuelanos comparecem às urnas neste domingo (10) para escolher seus prefeitos, na última votação antes da eleição presidencial de 2018. Apesar da crise, o caminho dos candidatos do presidente Nicolás Maduro está livre, depois que os três partidos que dominam a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se recusaram a participar do processo eleitoral.

Cartazes de campanha com a imagem de Erika Farias, candidata chavista à prefeitura da cidade de Libertador.
Cartazes de campanha com a imagem de Erika Farias, candidata chavista à prefeitura da cidade de Libertador. REUTERS/Marco Bello
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O ceticismo marca a votação para a escolha de 335 prefeitos, que terão mandatos de quatro anos. Atualmente, os chavistas governam 242 municípios e a oposição 76. Os demais são administrados por dissidentes ou independentes.

Para a maior parte de população venezuelana, votar não resolve os grandes problemas do país, como a hiperinflação, que segundo analistas se aproxima de 2.000% este ano. Após um aumento de 30% no mês passado, o salário mínimo é suficiente apenas para comprar três quilos de carne, em meio a uma profunda escassez de alimentos, remédios e produtos básicos.

Os partidos dos opositores Henrique Capriles, Leopoldo López – em prisão domiciliar – e Henry Ramos Allup se afastaram da campanha depois que denunciaram irregularidades nas eleições de 15 de outubro, nas quais o chavismo venceu 18 dos 23 governos do país. Outros movimentos e líderes entraram na disputa por conta própria. O ex-prefeito de Caracas fugiu para a Espanha por acreditar que pode fazer mais por seu país no exílio.

Oposição dividida

A dura derrota da MUD nas regionais aumentou as divisões em uma oposição que nas eleições passadas mobilizou dois milhões de pessoas a menos que em 2015, quando conquistou uma grande vitória nas legislativas.

Analistas consideram inviável que a oposição consiga manter metade de suas prefeituras, em consequência das deserções e da pressão da máquina chavista. O chavismo pode contar com uma sólida base eleitoral sedimentada por uma estrutura clientelista eficaz. A previsão é que o governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) aumentará sua fatia de poder.

Luis Vicente León, presidente do instituto Datanálisis, adverte para um "cenário demolidor" para a oposição. "Não acontecerá uma grande abstenção que deslegitime o processo, nem um triunfo relevante dos que disputam", disse. As eleições municipais não costumam registrar um elevado nível de participação. Em 2013 a taxa foi de 42%.

A coalizão opositora MUD está concentrada na eleição presidencial, prevista para o fim de 2018. Maduro visa a reeleição. Segundo líderes opositores e analistas, a votação poderá ser antecipada para o primeiro trimestre. Garantir condições justas é a prioridade da coalizão nas negociações iniciadas com o governo na semana passada, que também dividem a MUD.

Depois de superar os protestos que exigiam sua saída e que deixaram 125 mortos entre abril e julho, Maduro – apoiado pelos militares – conseguiu a eleição de uma Assembleia Constituinte que atua com poderes absolutos, integrada apenas por governistas. Não reconhecida por vários governos, a Constituinte ampliou o vasto poder institucional de Maduro.

Com agências internacionais

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