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Argentina

Imprensa argentina destaca visita de Dilma à "amiga" Kirchner

As ex-presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff, se reuniram no sábado (9) durante uma visita privada da brasileira a Buenos Aires. A visita de Dilma, no momento em que Kirchner é visada por um pedido de prisão, foi amplamente divulgada pelos jornais locais.

Cristina Kirchner (à esquerda) recebeu a ex-presidente Dilma Rousseff em seu apartamento em Buenos Aires.
Cristina Kirchner (à esquerda) recebeu a ex-presidente Dilma Rousseff em seu apartamento em Buenos Aires. @dilmabr
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"Afetuoso encontro em minha casa com a companheira Dilma", escreveu Kirchner, em sua conta do Twitter ao divulgar uma fotografia das duas em seu apartamento no bairro de Recoleta, na capital portenha. Dilma publicou a mesma imagem em sua conta no Twitter com o comentário: "solidariedade à querida amiga".

Kirchner, que tomou posse como senadora no dia 29 de novembro e inicia neste domingo (10) seu mandato de fato, enfrenta um pedido de perda de imunidade e de detenção emitido pelo juiz federal Carlos Bonadío. Ela é acusada de acobertar iranianos acusados pelo atentado contra um centro judaico que matou 85 pessoas em 1994.

"Entre outros temas, conversamos sobre uma realidade que está se impondo em nossos países. Um processo que se denomina mundialmente Lawfare e consiste na utilização do aparato judicial como arma para destruir a política e os líderes opositores", reportou Kirchner.

Segundo o site argentino Página 12, elas conversaram sobre "a perseguição a dirigentes políticos e empresários, que nada tem a ver com a luta contra a corrupção". O jornal Clarín relata em sua manchete que as duas ex-presidentes conversaram sobre "guerras jurídicas".

"Esse processo está acontecendo tanto no Brasil, com Michel Temer, como na Argentina, com Mauricio Macri, entre outros países sul-americanos", explicou Kirchner. "O objetivo é o mesmo no Brasil e aqui: ocultar o desastre econômico que estão realizando os governos neoliberais da região", completou Kirchner sobre os vários processos judiciais que as duas ex-presidentes enfrentam em seus respectivos países.

Pedido deverá ser tratado pelo Senado

Para que o pedido do juiz seja cumprido, Kirchner deverá primeiro ser submetida a um processo de perda do foro privilegiado no Congresso. Para isso, é preciso que o governo Macri inclua esse pedido em uma convocatória a sessões extraordinárias.

O pedido deverá ser tratado pelo Senado, precisando ser aprovado por dois terços dos presentes. A aliança governista Cambiemos tem 25 cadeiras (de um total de 72), enquanto o peronismo tem 32. No entanto, apenas dez desses peronistas respondem diretamente a Kirchner.

Na quinta-feira (7), Kirchner afirmou que o pedido de suspensão do foro privilegiado e a prisão ordenada pelo juiz contra ela é "um verdadeiro excesso" que "viola o Estado de direito". Segundo ela, Macri "é o máximo e verdadeiro encarregado de uma organização política e judicial para perseguir a oposição". Em uma coletiva de imprensa, Kirchner considerou que a acusação de "traição à pátria" contra ela é "um insulto à inteligência dos argentinos".

Congresso de sociólogos em Montevidéu

Dilma encerrou na sexta-feira (9) em Montevidéu, no Uruguai, o 31° Congresso da Associação Latino-Americana de Sociologia. também participaram do evento o ex-presidente uruguaio José Mujica e o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, entre outros.

"Estamos em um momento no qual vamos sofrer", afirmou Dilma, 69 anos, em referência à atual situação da esquerda latino-americana. "Mas Lula será candidato a presidente da República", completou, em um tom mais otimista.

Com agências internacionais

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