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Linha Direta

Chile vai ao segundo turno das eleições presidenciais com Piñera favorito

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O ex-presidente chileno Sebastián Piñera e o jornalista e sociólogo Alejandro Guillier vão se enfrentar no segundo turno das eleições presidenciais no país. Piñera ganhou pouco mais de 36% dos votos neste domingo (19), seguido de Guillier, com 22,7%. Mas a grande surpresa do dia foi a representante da esquerda radical, Beatriz Sanchéz, que ficou em terceiro, com 20% dos votos.

Sebastián Piñera discursa após liderar primeiro turno das eleições presidenciais de 19 de novembro de 2017 em Santiago, Chile.
Sebastián Piñera discursa após liderar primeiro turno das eleições presidenciais de 19 de novembro de 2017 em Santiago, Chile. Reuters
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Elianah Jorge, para RFI Brasil

Apesar do resultado não ser uma surpresa, Sebastián Piñera recebeu menos votos que o esperado. De acordo com as pesquisas, o ex-presidente conseguiria cerca de 44% dos votos, porém ele ganhou 36,4% neste domingo, segundo dados oficiais. Este percentual foi considerado uma derrota, embora Piñera tenha afirmado que conseguiu um “grande resultado” e continue sendo o favorito para ganhar o segundo turno que será realizado dia 17 de dezembro.

Pela primeira vez os chilenos residentes no exterior puderam votar. Além disso, entraram em vigor novas regras eleitorais, incluindo a aplicação de cotas em que nem homens nem mulheres podiam superar 60% das candidaturas. A consequência foi a participação de cerca de 33% de mulheres na votação. No país a abstenção costuma ser alta, sobretudo porque o voto é facultativo desde 2012.

Esquerda surpreende

A candidata presidencial da coalizão Frente Ampla, Beatriz Sanchéz, surpreendeu ao ganhar cerca de 20% dos votos, contra os 8% previamente apontados pelas pesquisas.

A Frente foi criada no início deste ano por doze partidos e movimentos de esquerda, muitos oriundos do movimento estudantil. A coalizão se inspira no partido espanhol “Podemos” e nasceu com o propósito de superar o sistema neoliberal. Despontando no mundo político, Sanchéz exigiu explicações públicas aos institutos de pesquisa, aponta-os como os responsáveis pela ida do país ao segundo turno.

A subida de Sanchéz, que é da ala esquerda conservadora, demonstra que o movimento busca alternativas à posição tomada por Bachelet, sobretudo após o escândalo de corrupção que envolveu o filho da presidente.

Direita continua na liderança

Apesar da esquerda ter ganhado espaço no país, a direita continua na liderança e tem grandes chances de levar as eleições.

Diversos fatores influenciaram o resultado em um país ainda conservador. Apesar do Chile ser considerado uma das economias mais estáveis da região sul-americana, os baixos índices econômicos, acompanhados de reformas consideradas mal feitas, ajudaram Piñera, que é promessa de recuperação econômica.

A economia foi o ponto principal da campanha dos oito candidatos ao Palácio de La Moneda. Todos enfatizaram a necessidade do país voltar a crescer. Nos últimos quatro anos, o crescimento médio da economia chilena foi de 2%, número aquém dos 4% que o mandato de Bachelet conseguiu entre 2010-2014. Quando Bachelet foi reeleita, havia a proposta de tornar o Chile mais igualitário e inclusivo. Porém, com o crescimento econômico abaixo da expectativa, a insatisfação com reformas na educação e a descriminalização do aborto em certas circunstâncias fizeram com que os eleitores decidissem pela direita.

Outros fatores de peso foram o caso Caval, que investiga o filho de Bachelet por tráfico de influência, e a reformulação do sistema eleitoral, que instaurou uma divisão proporcional para os cargos do legislativo. Analistas acreditam que este novo sistema e o desencanto com a política tradicional favoreceram os resultados em prol da direita chilena.

A coalizão de direita Chile Vamos, liderada por Piñera, também elegeu o maior número de deputados e senadores no Congresso, mas não alcançou maioria em nenhuma das duas câmaras.

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