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Venezuela/Crise

Venezuela terá ajuda da Rússia para escapar de default

A Venezuela, declarada em default parcial sobre sua dívida, obteve nesta quarta-feira (15) um impulso financeiro da Rússia, um dos seus principais credores. Porém, a medida não é suficiente para tirar Caracas da crise.

Os ministros venezuelanos da Agricultura, Wilmar Castro e da Economia e Finanças, Simon Zerpa (d), durante coletiva de imprensa em Moscou.
Os ministros venezuelanos da Agricultura, Wilmar Castro e da Economia e Finanças, Simon Zerpa (d), durante coletiva de imprensa em Moscou. REUTERS/Sergei Karpukhin
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Atingida em cheio pela queda dos preços do petróleo e pelas sanções americanas, Caracas garante ser um "bom pagador", mas as más notícias se multiplicam para o país, onde a população já sofre uma grave escassez de alimentos e remédios. Nesse contexto, uma delegação liderada pelo ministro das Finanças da Venezuela, Simon Zerpa, assinou na manhã desta quarta-feira em Moscou um acordo que reestrutura um crédito de quase US$ 3 bilhões concedido em 2011 para comprar armamento russo.

O compromisso prevê um novo calendário de pagamentos em 10 anos com aportes "mínimos" durante os primeiros seis anos, indicou o ministério russo das Finanças. "Aliviar a carga da dívida" permitirá "utilizar os fundos liberados para desenvolver a economia do país, melhorar a solvência e aumentar as possibilidades para que todos os credores recuperem os créditos já acordados", explicou Moscou. "Esses são termos muitos favoráveis e que a Venezuela poderá honrar", declarou o ministro venezuelano da Agricultura e vice-presidente encarregado da Economia, Wilmar Castro durante uma entrevista coletiva. 

Esse adiamento do pagamento está longe de responder à extensão das dificuldades financeiras de Caracas, que busca reestruturar uma dívida total estimada em cerca de US$ 150 bilhões. Mas o acordo assinado em Moscou permitirá "ganhar tempo, porque neste momento a questão da dívida venezuelana não pode mais ser resolvida de forma alguma", alertou à AFP Anton Tabakh, economista chefe da agência de classificação financeira RAEX.

Com reservas internacionais de US$ 9,681 bilhões, a Venezuela deve quitar até o fim do ano cerca de US$ 1,47 bilhão. E, para 2018, tem obrigações de mais de US$ 8 bilhões.

Na segunda (13) e terça-feira (14), as agências de classificação financeira S&P Global Ratings e Fitch, respectivamente, decidiram colocar a Venezuela em default parcial, observando que seu governo não quitou, após o período de carência de 30 dias, vencimentos de sua dívida externa. As duas entidades adotaram decisão similar em relação ao grupo petrolífero público PDVSA, criticado por atrasar em até uma semana o pagamento de duas parcelas somando dois bilhões de dólares.

(Com informações da AFP)

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