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Linha Direta

Legislativas devem reforçar poder de Macri na Argentina

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Se as projeções das pesquisas forem confirmadas no domingo (22), o resultado pode ser o mais favorável a um governo nos últimos 32 anos e deve fortalecer o governo Macri para reformas tributária e trabalhista, além de confinar o poder da opositora ex-presidente Cristina Kirchner.

O presidente argentino, Mauricio Macri, está em boa posição para o teste das eleições legislativas do 22 de outubro de 2017.
O presidente argentino, Mauricio Macri, está em boa posição para o teste das eleições legislativas do 22 de outubro de 2017. REUTERS/Marcos Brindicci
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As eleições legislativas no meio do mandato de um presidente funcionam como um plebiscito sobre a gestão do governante e costumam antecipar o resultado das eleições gerais dentro de dois anos.

Os argentinos vão renovar um terço do Senado e metade da Câmara de Deputados. Mas o que há por trás de cada voto é bem mais do que isso.

As eleições no meio do mandato de um governo funcionam como um plebiscito. É muito comum, por exemplo, os eleitores responderem que vão votar em Macri ou contra Macri, quando perguntados sobre em quem vão votar.

O resultado, portanto, indica o que a maioria pensa do atual governo. E a consolidação dessa radiografia costuma ser uma tendência para daqui a dois anos, nas eleições gerais. As eleições legislativas costumam antecipar o resultado da eleição a presidente. Isso significa que, se as pesquisas estiverem certas, Mauricio Macri tem altas chances de ser reeleito dentro de dois anos.

Governismo em alta

As pesquisas indicam que numa projeção nacional, o governo deve obter mais de 40% dos votos.

O governo deve ganhar nas cinco principais zonas eleitorais do país, inclusive na província de Buenos Aires, onde se concentra mais de 40% dos eleitores.

E é na província de Buenos Aires onde acontece a disputa crucial. O candidato governista, Esteban Bullrich, contra a ex-presidente Cristina Kirchner. Disputam pelas vagas ao Senado.

Bullrich foi ministro da Educação de Macri, mas é um desconhecido dos eleitores. Quem vota nele, está votando, na verdade, no presidente Macri e na governadora da província, Maria Eugenia Vidal, os dois políticos com maior imagem positiva hoje na Argentina.

As sondagens indicam que o candidato governista supera Cristina Kirchner em cerca de 3 pontos. Quando projetados os 10% de indecisos, a vantagem do governista é ainda maior: 5 pontos.

O governo Macri aproveita os processos judiciais e as prisões de ex-membros do governo de Cristina Kirchner para dar ênfase ao combate à corrupção. Também explora o medo dos eleitores de voltarem ao passado com a ex-presidente.

Já Cristina Kirchner diz que, com ela, a classe baixa estava melhor financeiramente e também explora o medo dos eleitores a um ajuste na economia.

Cristina Kirchner deve ser eleita senadora

As eleições definem não só o horizonte político de Macri, mas também o de Cristina Kirchner. Com uma projeção de 35% dos votos, a ex-presidente já estaria no seu teto potencial. Deve ganhar a terceira vaga ao Senado, mas não teria mais fôlego político para voltar a disputar uma Presidência.

Para Cristina Kirchner, ser eleita significa manter o kircherismo vivo e obter imunidade parlamentar para enfrentar uma série de processos judiciais.

Para o presidente Macri, a vitória significa não só trabalhar com uma reeleição, mas a possibilidade de avançar com reformas, começando pela tributária e pela trabalhista.

Com um horizonte político ampliado, o presidente Macri espera receber os prometidos investimentos que consolidem o crescimento econômico e uma renovação da confiança dos mercados com a Argentina.

Para o governo, a presença de Cristina Kirchner no Senado também é uma vantagem.

A ex-presidente é um elemento de polarização que beneficia o governo. Cristina tem um nível de rejeição que chega a 65% dos eleitores. Portanto, ela não oferece uma candidatura capaz de ameaçar a reeleição de Macri.

Por outro lado, a presença dela dificulta a renovação da oposição peronista já sem líderes. Cristina Kirchner, portanto, ajuda a dividir a oposição e a consolidar o governo Macri.

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