Acessar o conteúdo principal

Oposição e comunidade internacional contestam eleições na Venezuela

A oposição venezuelana rejeitou juramentar seus governadores eleitos em pleitos regionais nesta terça-feira (17), frente à Assembleia Constituinte.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, posa com governadores eleitos depois de coletiva de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, em 17 de outubro de 2017.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, posa com governadores eleitos depois de coletiva de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, em 17 de outubro de 2017. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Publicidade

O partido do presidente Nicolás Maduro elegeu 17 dos 23 governadores durante a eleição. Um último governador também lhe foi atribuído, mas o poder eleitoral ainda não fez o anúncio oficial. Os governistas consideram o resultado como uma grande vitória, já que as pesquisas davam como favorita a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

O Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal partido opositor ao governo de Maduro, afirma não reconhecer os resultados das eleições regionais. A sessão da Constituinte está prevista para esta terça-feira (17) na Venezuela, mas antes os governadores da situação acompanharam o presidente venezuelano em uma coletiva de imprensa, na qual Maduro alfinetou os países que colocam em dúvida a validade da eleição.

"Houve um processo eleitoral livre. O sistema eleitoral venezuelano é o mais controlado e seguro do mundo", manifestou o presidente venezuelano. Acusado por seus adversários e por alguns países de instaurar uma "ditadura", Maduro fez destas eleições uma validação de sua Constituinte, desconhecida por governos dos Estados Unidos e da Europa.

Comunidade internacional também contestou

Estados Unidos, França e União Europeia (UE) expressaram a sua preocupação pela "ausência" de eleições livres após os resultados, o que foi rejeitado pelo governo como uma "ingerência" na política local. "Nosso povo deu uma mensagem brutal ao imperialismo, a Trump, a seus seguidores regionais e à direita local", reagiu Maduro.

Ao se referir à UE, o presidente venezuelano afirmou que o bloco "se subordina" ao presidente norte-americano, Donald Trump. "Tomara que abram os olhos" e "retifiquem a tempo", acrescentou. Os Estados Unidos,- que já impuseram sanções contra Maduro, vários de seus funcionários e o país no campo econômico - não descartam novas medidas, e a UE também avalia essa possibilidade.

Ao responder ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que falou da necessidade de "eleições gerais" na Venezuela com uma autoridade eleitoral "independente", Maduro assegurou que o sistema eleitoral da Colômbia é "o mais fraudulento e irregular do mundo".

Doze países da América Latina, que integram o chamado "Grupo de Lima", exigiram nesta terça-feira a realização "urgente" de uma "auditoria independente" das eleições na Venezuela.

Maduro exigiu que os governadores eleitos devam se subordinar e juramentar ante a Constituinte, sob pena de serem destituídos. A MUD descartou fazê-lo, mas suas múltiplas divisões internas despertaram dúvidas no último momento.

"A estratégia do governo é conquistar a legitimidade nacional e internacional da Constituinte. A direção opositora acabará por se desconectar abertamente do eleitorado se for a essa instância", declarou o analista Eugenio Martínez.

Embora a lei diga que os governadores devem jurar ante os conselhos legislativos locais, os opositores estão de mãos atadas: a MUD teve um ótimo resultado nas eleições parlamentares de 2015, mas suas decisões foram anuladas pela Justiça com maioria qualificada, acusada por eles de servir ao governo.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.