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Venezuela

Venezuelanos elegem governadores após meses de confrontos nas ruas

Com o agravamento da crise econômica, os venezuelanos votam neste domingo (15) em eleições regionais. O pleito é crucial para o governo e a oposição, que medem suas forças nas urnas após quatro meses de confrontos violentos nas ruas.

Eleitores venezuelanos fazem fila em um local de votação em Caracas neste domingo (15).
Eleitores venezuelanos fazem fila em um local de votação em Caracas neste domingo (15). JUAN BARRETO/AFP
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Quase 18 milhões de eleitores estão registrados para votar entre 6h (8h de Brasília) e 18h locais (20h de Brasília) e designar os governadores de 23 Estados para mandatos de quatro anos.

As eleições regionais acontecem com um ano de atraso e após dois meses de trégua, depois dos protestos que deixaram 125 mortos entre abril e julho, convocados pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro.

Legitimação da Assembleia Nacional Constituinte

O presidente, que se declara vencedor da disputa nas ruas, transformou as eleições para governadores em um ato de legitimação da governista Assembleia Nacional Constituinte, não reconhecida pela oposição e por vários países da América Latina e Europa.

"Isto é um triunfo da democracia revolucionária. A Assembleia Nacional Constituinte convocou esta eleição como seu poder pleno e temos que votar pela paz", disse Maduro no início da votação no Palácio de Miraflores.

A MUD tenta retomar a luta e demonstrar que ainda é maioria. Este será o primeiro duelo eleitoral desde sua esmagadora vitória nas legislativas de 2015, quando a oposição rompeu uma hegemonia chavista de 18 anos.

"Não se trata de alguns governadores, nem de partidos, e sim de vencer Maduro. É uma jornada histórica, o reinício de uma etapa de pressão que continuará contra a ditadura", afirmou o deputado Freddy Guevara, um dos líderes dos protestos.

Eleitos poderão governar?

Antecipando um eventual avanço da MUD, Maduro afirmou que os governadores eleitos devem ser subordinados à Constituinte, totalmente governista, já que a oposição não participou da votação para a mesma, por considerá-la fraudulenta. A coalizão opositora descartou seguir esta ordem, o que significa a possibilidade de um novo conflito.

Apesar da MUD ter maioria no Parlamento, o poder do Legislativo foi anulado pela justiça - acusada de atuar em favor do governo - e algo similar pode acontecer com os governadores em função da Constituinte.

A MUD, no entanto, pediu a seus seguidores que ignorem as mensagens de Maduro, que a coalizão considera uma tentativa de promover a abstenção. "Vamos deslegitimar a Constituinte com a votação em massa", pediu o deputado opositor Miguel Pizarro.

Apesar do governo, que tem o controle de 20 Estados, contar com uma poderosa máquina de propaganda, os institutos de pesquisa Delphos e Datanális apontam que a oposição deve triunfar em pelo menos 11 Estados.

(Com informações da AFP)

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