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Meio ambiente

Tripulação de navio chinês que pescou ilegalmente em Galápagos é condenada à prisão

A Justiça do Equador condenou no domingo (27) a até 4 anos de prisão e a uma multa milionária os 20 tripulantes de um navio cargueiro chinês capturado na reserva marinha de Galápagos.

Imagem aérea das ilhas Galápagos
Imagem aérea das ilhas Galápagos wikimedia.org
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Retido em 13 de agosto dentro do arquipélago, o navio Fu Yuan Yu Leng 999 levava 300 toneladas de pescado, incluindo 6.623 tubarões - alguns deles espécies ameaçadas.

No terceiro e último dia do julgamento, a Justiça equatoriana aplicou a pena máxima para o capitão do barco, sentenciado a quatro anos de reclusão como autor de um crime ambiental com agravante. Seus três ajudantes foram condenados a três anos de prisão, e o restante da tripulação, a um ano.

"Depois da indignação enorme que sentimos, isso definitivamente ressarce, em grande parte, o dano causado, porque se estabelece um precedente histórico", disse o diretor do Parque Nacional Galápagos (PNG), Walter Bustos, após saber da sentença. Ainda cabe recurso.

A Justiça também condenou os tripulantes a pagar US$ 5,9 milhões em indenização ao PNG. "Derrotou-se nessa instância uma transnacional que vinha destruindo oceanos por todo Pacífico", celebrou Bustos.

O montante estabelecido, acrescentou, "permite ressarcir em alguma coisa os danos causados" a essa reserva marinha de 138 mil km², considerada um santuário de tubarões.

Um grande passo

De acordo com o PNG, o navio chinês recebeu a carga de pesca "de dois navios taiwaneses" entre 5 e 7 de agosto, "a mais de 1.000 km ao noroeste de Galápagos" em águas internacionais. A embarcação pretendia atravessar a reserva rumo ao Peru e, depois, retornar para a China.

Entre os tubarões que transportava, havia espécies vulneráveis como tubarão-martelo, tubarão-raposa-olhudo e tubarão-paposa-do-índico.

O ministro do Meio Ambiente do Equador, Tarcisio Granizo, celebrou a decisão da Justiça com uma mensagem no Twitter: "Zero tolerância a crimes ambientais!". Segundo ele, o barco ficará a serviço do Parque.

A chanceler María Fernanda Espinosa classificou a decisão do tribunal de Galápagos como um "grande passo". "É nosso firme compromisso lutar pela preservação e pela soberania em nossos mares."

Crimes contra flora e fauna

O julgamento contra a tripulação desse navio de bandeira chinesa começou na sexta-feira por crimes contra a flora e a fauna silvestres e contra o tráfico de espécies.

O processo foi realizado em meio a protestos dos habitantes de Galápagos contra a pesca de espécies protegidas e contra a presença de uma frota de 300 embarcações pesqueiras chinesas em águas internacionais perto do arquipélago, mas que ameaça sua sensível reserva marinha.

As ilhas são Patrimônio Natural da Humanidade e ficam a 1.000 km da costa equatoriana. Com cerca de 27 mil habitantes, fazem parte de um dos mais frágeis ecossistemas do planeta.

Galápagos leva o nome das tartarugas gigantes que a habitam e serviu de laboratório para o naturalista inglês Charles Darwin no desenvolvimento da teoria sobre a evolução das espécies.

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