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Linha Direta

Macri e Kirchner medem seus futuros políticos em prévias neste domingo

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Neste domingo (13), os argentinos vão às urnas para uma eleição única no mundo: vão escolher quem serão os candidatos nas eleições legislativas de 22 de outubro. A conclusão dessas grandes primárias populares antecipa o resultado das eleições de outubro que terão incidência direta na governabilidade do presidente Mauricio Macri, nas chances da sua reeleição dentro de dois anos e no futuro político da ex-presidente Cristina Kirchner.

Macri: prévias legislativas podem indicar a porta de saída para o presidente.
Macri: prévias legislativas podem indicar a porta de saída para o presidente. REUTERS/Marcos Brindicci
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Márcio Resende, correspondente da RFI Brasil em Buenos Aires.

Os argentinos vão às urnas para uma eleição que pode ser interpretada como um virtual primeiro turno das eleições legislativas de 22 de outubro, quando o Congresso será parcialmente renovado: um terço do Senado e metade da Câmara dos Deputados.

As primárias que os partidos fazem internamente entre os seus militantes para definirem os seus candidatos, na Argentina, são decididas pela população de uma só vez. São as chamadas PASO: Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias.

Mas, como os partidos políticos, na maioria dos distritos, apresentam uma lista única de candidatos já pré-definida, o resultado das primárias populares de domingo será uma verdadeira radiografia antecipada das eleições, uma vez que os argentinos votarão agora naquele em quem, provavelmente, votarão em outubro.

Proposta Republicana

O resultado das eleições, se favorável ao governo Macri (do partido Proposta Republicana), pode pavimentar o caminho para a reeleição do presidente dentro de dois anos e marcar um rumo de estabilidade para os ansiados investimentos.

Mas se o governo perder a maioria no parlamento, Macri pode ter problemas de governabilidade, ter o seu horizonte político encurtado e ver fracassar o seu plano econômico, sem reformas e sem acesso ao capital. Afinal, os investidores estão na expectativa para saber se este governo é de longo prazo.

Unidade Cidadã

Num país polarizado entre governo e oposição, as atenções se voltam para as reais chances da ex-presidente Cristina Kirchner, candidata ao Senado pela Unidade Cidadã.

Uma vitória contundente de Cristina Kirchner enfraqueceria os planos de reeleição de Mauricio Macri e deixaria o país num compasso de espera sobre o que pode acontecer dentro de dois anos. Pela história recente da Argentina, quando um governo perde as eleições legislativas, perde posteriormente as eleições presidenciais.

O pivô das eleições

O ponto central da discussão é a disputa na província de Buenos Aires, onde votam 38% dos eleitores, e por onde Cristina Kichner pretende ser eleita senadora. Todas as sondagens indicam que ela vai ganhar com uma margem de 2 a 4 pontos de vantagem. Por exemplo, uma pesquisa do consultor Raul Aragón, que será publicada nesta sexta-feira (11), diz que ela vai ganhar com 34% dos votos enquanto o candidato governista, Esteban Bullrich, ficaria com 31%.

Um terceiro candidato, Sergio Massa, tenta ser a alternativa entre a polarização Macri-Kirchner, mas está longe dos preferidos, com apenas 20% das intenções de voto.

Plebiscito

Sem trunfos econômicos a exibir e com uma economia que ensaia uma recuperação, mas que não é percebida no dia-a-dia da população, o governo tem feito campanha baseado nos escândalos de corrupção que marcaram a administração da ex-presidente Cristina Kirchner.

O próprio presidente admitiu que "uma derrota seria um fracasso". Sem maioria parlamentar, o governo não vai conseguir as reformas necessárias no país.

O governo aposta perigosamente na polarização com Cristina Kirchner porque sabe que ela pode até ser eleita senadora agora, mas já teria alcançado o seu teto de votos de 35%. A candidata da Unidade Cidadã tem um índice de rejeição de 65%.

Se eleita, Cristina Kirchner mantém vivo o kirchnerismo e ganha imunidade parlamentar para enfrentar uma avalanche de processos judiciais.

Essas eleições no meio do mandato de um presidente funcionam, na prática, como um plebiscito. Os eleitores terminam votando nos candidatos governistas se aprovam o governo ou votam na oposição se reprovam o governo. É um voto de confiança ou de castigo.

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