Bolívia rejeita decisão de suspender a Venezuela do Mercosul
O governo boliviano rechaçou neste domingo (6) a decisão dos quatro países fundadores do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - de suspender a Venezuela do bloco por "ruptura da ordem democrática" e garantiu que a resolução "viola" normas do grupo, por não ter havido consulta.
Publicado em: Modificado em:
"A declaração emitida em São Paulo não contribui para o diálogo que o povo venezuelano precisa para superar suas diferenças", afirmou a chancelaria boliviana em um comunicado. “A Bolívia não participou do procedimento de consultas sobre a situação venezuelana, apesar de ter assinado o Protocolo de Ushuaia, de 1998, sobre o compromisso democrático.”
O texto afirma que “houve uma violação do artigo 6 do mesmo protocolo sobre a necessidade de consenso para a implementação de medidas a outro Estado".
A Bolívia está em processo de adesão ao bloco, à espera da aprovação dos parlamentos dos demais países-membros.
O governo de Evo Morales ainda afirmou que "não compartilha do argumento empregado para suspender a irmã República Bolivariana da Venezuela do Mercosul, sobre a existência de uma 'ruptura da ordem democrática'".
"Espírito democrático"
Na sua avaliação, "a convocação da Assembleia Constituinte é a mais clara prova do espírito democrático do povo venezuelano". Ele convidou os povos e governos do mundo a "defender a democracia e a soberania".
Morales - aliado próximo da Venezuela desde o governo de Hugo Chávez - defendeu a formação da Constituinte e garantiu que há um plano orquestrado nos Estados Unidos para derrubar seu colega Nicolás Maduro.
Sobre o papel da Venezuela no Mercosul, o presidente boliviano pediu, no ano passado, que Caracas assumisse a presidência rotativa, mas enfrentou a oposição de alguns membros, principalmente Brasil e Argentina.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro