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Cuba/USA

Diplomacia cubana rejeita oficialmente retomada do embargo anunciada por Trump

 O chefe da diplomacia cubana, Bruno Rodríguez, disse nesta segunda-feira (18) que não vai aceitar as medidas que endurecem novamente o embargo imposto pelos Estados Unidos a seu país. A declaração é uma resposta ao anúncio feito na semana passada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que decidiu romper parte das relações com ilha, após a reaproximação orquestrada pelo ex-chefe da Casa Branca Barack Obama.

O ministro cubano das Relações Exteriores Bruno Rodríguez contestou o endurecimento do embargo anunciado por Donald Trump.
O ministro cubano das Relações Exteriores Bruno Rodríguez contestou o endurecimento do embargo anunciado por Donald Trump. REUTERS/Leonhard Foeger
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De passagem por Viena, o ministro cubano das Relações Exteriores disse durante uma entrevista coletiva que "Cuba rejeita energicamente as novas medidas que endurecem o bloqueio (embargo), o que denunciaremos na próxima Assembleia Geral da ONU, porque é injusto, desumano, genocida, extraterritorial e viola a soberania de todos os Estados". O chefe da diplomacia também frisou que, como estabelece a Constituição de seu país, “jamais negociaremos sob pressão ou ameaça e não realizaremos concessões inerentes à sua soberania e independência".

Classificando de "brutal" o regime de Raúl Castro, Trump anunciou na sexta-feira (16), em Miami, sua nova política em relação à ilha comunista. O presidente decidiu endurecer o embargo vigente desde 1962, limitando as viagens de americanos e proibindo negócios com empresas administradas por militares cubanos.

"A partir de agora, estou cancelando completamente o acordo unilateral com Cuba", disse Trump. "Não queremos que os dólares americanos parem em um monopólio militar que explora e abusa dos cidadãos de Cuba [...] e não iremos retirar as sanções até que libertem os presos políticos", prometeu Trump.

Rodríguez destacou que as medidas de Trump provocarão "danos e sofrimentos" ao povo cubano e "danos econômicos" às empresas da ilha, mas que a decisão "não cumprirá os objetivos proclamados". Ainda assim, ressaltou, o afastamento "restringirá as liberdades dos cidadãos americanos" e reduzirá as oportunidades de participação de suas empresas na economia da ilha.

Em relação aos fugitivos da justiça norte-americana, o chanceler disse que "Cuba concedeu asilo político ou refúgio a lutadores pelos direitos civis norte-americanos. Essas pessoas não serão enviadas aos Estados Unidos, que carece de base legal, política e moral para exigi-los". Segundo ele, "o governo dos Estados Unidos não tem autoridade moral e não pode dar lições sobre direitos humanos e democracia". Desde que Barack Obama e Raúl Castro surpreenderam o mundo em 17 de dezembro de 2014, ao anunciar uma nova fase nas relações bilaterais, Cuba vem se abrindo aos poucos para o mundo.

(Com informações da AFP)

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