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Sem consultar diplomatas, Bolívia cancela reunião da OEA sobre Venezuela

O presidente do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), o diplomata boliviano Diego Pary, suspendeu a reunião extraordinária prevista para esta segunda-feira (3) para avaliar a crise institucional na Venezuela. A Bolívia assumiu hoje a presidência do Conselho da instituição.

O diplomata boliviano Diego Pary, novo presidente do Conselho da OEA, não consultou os países-membros sobre suspensão da reunião
O diplomata boliviano Diego Pary, novo presidente do Conselho da OEA, não consultou os países-membros sobre suspensão da reunião Wikimedia commons
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A Bolívia surpreendeu ao suspender a reunião sem consultar os vinte países que a haviam solicitado, assim como o secretário-geral da instituição, Luis Almagro. Foi a primeira medida tomada pelo país depois de assumir a presidência do Conselho da OEA. Por outro lado, a Bolívia convocou uma reunião informal que deve ser a portas fechadas às 16H00  de Washington, duas horas depois da sessão suspensa. A decisão surpreendeu as delegações diplomáticas.

"É uma pena", declarou a embaixadora do Canadá, Jennifer May Loton, acrescentando que os demais países enviaram uma nota à Bolívia solicitando que a reunião seja novamente convocada. A Costa Rica protestou oficialmente pela suspensão da reunião.

Venezuela e democracia

A OEA pretendia discutir nesta segunda-feira se vai declarar que a Venezuela violou sua ordem constitucional diante da Carta Democrática Interamericana, ativando assim mecanismos para pressionar o país a convocar eleições e libertar os opositores presos.

Pela terceira vez em uma semana, os 34 Estados do Conselho Permanente se reuniriam na sede do organismo continental, em Washington, para discutir a crise institucional venezuelana. A OEA pretende debater um projeto de resolução apresentado por 13 países a fim de declarar a preservação da democracia na Venezuela, conforme a Carta Democrática Interamericana.

Além disso, pode elevar o teor das discussões e convocar ainda esta semana uma reunião de chanceleres, como anunciou no sábado (1°) o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski.

Apesar do Tribunal Supremo de Justiça (STJ) venezuelano ter voltado atrás em sua decisão de assumir as faculdades do Parlamento, de maioria opositora, após fortes críticas internacionais, a oposição não ficou satisfeita e denunciou que "o golpe de Estado" - como qualifica a decisão do STJ - continua, e fez um chamado à intensificação dos protestos a partir desta semana para conseguir superar a crise política com eleições. Luis Almagro classificou as sentenças do STJ da Venezuela de "autogolpe".

O início de gestões diplomáticas pode incluir a suspensão do país, mas o presidente Nicolás Maduro antecipou-se dizendo que está avaliando sua permanência na OEA.

Prevendo que a pressão internacional continuará, Maduro afirmou no domingo (2) que a Venezuela "não se deixa nem se deixará" jamais ser agredida pela OEA nem pelo Mercosul, que exortou o país petroleiro a garantir a separação de poderes e a respeitar o cronograma eleitoral previsto.

 

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