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População pede justiça pela morte de 35 jovens em incêndio em abrigo na Guatemala

Entre o horror e a indignação, os guatemaltecos pedem justiça pela morte de 35 adolescentes, todas mulheres, em um incêndio, na quarta-feira (9), no abrigo de jovens Lar Seguro Virgem de Assunção, em San José Pínula, a 10 km da capital da Guatemala. O incidente ocorreu após denúncias de abusos sexuais no local.

Guatemaltecos fazem manifestação pedindo justiça após incêndio em abrigo
Guatemaltecos fazem manifestação pedindo justiça após incêndio em abrigo Reuters
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"Como não perceberam o incêndio se a fumaça pode ser vista imediatamente?", questionou, no necrotério da Cidade da Guatemala, o tio de uma menina de 15 anos de Jutiapa, cujo corpo foi identificado por teste de DNA.

Lucas Nájera, de 76 anos, um vendedor de jornais e avô de uma menina de 14 anos ferida, ironizou: "Chama-se Lar Seguro, mas onde está a segurança? Segura é só a morte que as levou".

Morreram 19 jovens no local, e as outras, em dois hospitais públicos. Uma das hipóteses da Procuradoria de Direitos Humanos é que o incêndio foi provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de violência.

Há 20 feridas, a maioria em estado crítico, segundo fontes hospitalares. Seis delas tiveram alta médica e estão sob o cuidado das autoridades.

Presidente condena descaso

O presidente Jimmy Morales, que está com a popularidade cada vez mais baixa, decretou três dias de luto nacional e ordenou a destituição do diretor da instituição.

Ele considerou "verdadeiramente triste e lamentável que dezenas de meninas e meninos possam morrer em uma situação como a que ocorreu".

"Isso pode voltar a acontecer em todos os lugares nos quais nós, como Estado, não estivermos dando a devida atenção", afirmou durante uma viagem de trabalho na cidade de Quetzaltenango.

"Trata-se de um massacre", assegurou Hilda Morales, procuradora de Direitos Humanos da Infância, que pediu uma investigação administrativa e penal contra os responsáveis do abrigo.

O local acolhe, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatadas das ruas, entre outros motivos. O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.
 

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