A brasileira Jordana Guimarães, radicada há anos em Nova York, conta as histórias dos moradores de rua da cidade no Facebook e Instatram para lutar contra a invisibilidade dos sem-teto.
Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York
Uma imagem corrente que se tem de Nova York é a da ilha de prosperidade, com cidadãos abastados morando nos prédios luxuosos e amplas casas de Manhattan. Mas a concentração de riqueza quase sempre traz, no outro lado da moeda, a desigualdade social. E uma das facetas mais visíveis da pobreza na maior metrópole americana é a quantidade de sem-teto, em proporções registradas apenas durante a Grande Depressão da década de 1930.
A prefeitura de Nova York estima que cerca de 63 mil cidadãos vivem hoje nas ruas e abrigos dos cinco distritos da cidade. Número que levou a produtora de eventos carioca Jordana Guimarães, radicada em Manhattan desde a adolescência, a criar o Projeto NYLON, voltado para a conscientização de moradores das maiores cidades do planeta. NYLON é uma junção do NY de Nova York com o LON de Londres, onde o problema também é grave.
Vendo desigualdade desde criança
Em entrevista à RFI, Jordana lembra que nasceu no Rio de Janeiro, que tem muita pobreza e muita tristeza na rua. “Eu nasci com muitas coisas e meus pais estavam super bem...e todo mundo que era sem-teto eu falava pro meu pai: vamos dar dinheiro, sempre tive isso dentro de mim, e agora que posso ajudar, é o momento certo para fazer”, explica a carioca.
A ideia de Jordana foi lutar contra a invisibilidade dos sem-teto. Dar a eles uma cara. E pegar emprestado o Facebook e o Instagram dos interessados em ajudar o NYLON para contar as histórias das pessoas que vivem nas ruas em que os usuários das redes sociais circulam diariamente. A página do The NYLON Project no Instagram já tem quase 25 mil seguidores e atraiu a atenção de patrocinadores, especialmente depois de uma ação de Jordana na abertura da Semana de Moda de Nova York, no dia 7 de fevereiro.
“Eu tô pegando várias marcas, em NY, no Brasil, marcas divulgam, celebridades também. Pessoa comum também pode, é uma comunidade de pessoas que querem que este problema um dia não exista mais”, conta a produtora.
Jordana espera que o projeto dê frutos e realize o sonho da menina carioca de diminuir a miséria urbana com a ação comunitária: “O meu sonho é que isso faça uma diferença aqui em NY para eu levar este projeto para o Brasil...fazermos uma diferença no Brasil”.
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