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Linha Direta

Trump convida Netanyahu para reunião e Israel anuncia novos assentamentos

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O recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para um encontro em Washington em fevereiro. O clima de cooperação entre os dois líderes pode mudar os rumos do Oriente Médio.

Donald Trump e Benyamin Netanyahu encontraram-se em Nova York em 25 de setembro 2016.
Donald Trump e Benyamin Netanyahu encontraram-se em Nova York em 25 de setembro 2016. Kobi Gideon/Government Press Office
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

O convite para uma reunião em fevereiro significa que Trump e Netanyahu têm pressa em tomar decisões relacionadas a Israel. O líder israelense o antecessor de Trump, Barack Obama, não concordaram em quase nenhum assunto, como o acordo nuclear com o Irã e a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Com o novo presidente no poder em Washington, Netanyahu tem grandes expectativas. Ontem, dois dias depois da posse do republicano, a prefeitura de Jerusalém aprovou a construção de 560 casas em três bairros da parte Oriental de Jerusalém, que os palestinos pretendem que se transforme na capital do Estado.

A aprovação havia sido adiada para logo depois da saída de Obama da Casa Branca. Durante os oito anos de governo Obama, cada anúncio de novas construções era criticado abertamente por Washington. Há um mês, os americanos surpreenderam ao apoiar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando os assentamentos.Mas agora, com a chegada de Trump, Netanyahu espera poder atuar livremente.

Expectiva sobre decisões de assentamentos

O convite feito ontem à noite, por telefone, para que Netanyahu visite Washington já no mês que vem pode indicar que decisões dramáticas serão tomadas. Segundo comunicado da assessoria do premiê israelense, a conversa foi “muito calorosa”, o que espelhou a reação de Trump na capital americana, que classificou o telefonema como “muito agradável”.

Os dois líderes também discutiram o acordo nuclear com o Irã e o processo de paz com os palestinos, que Trump disse acreditar que só será solucionado através de negociações bilaterais e não de conferências internacionais, como a que a conteceu em Paris há uma semana.

Donald Trump também prometeu transferir a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, mas a Casa Branca tratou de frear o entusiasmo, ontem, ao divulgar uma nota afirmando que a administração Trump está apenas “nos estágios iniciais da discussão do assunto”.

Vale lembrar que os israelenses consideram Jerusalém como sua capital, mas há décadas todas as embaixadas de outros países se deslocaram para Tel Aviv, espelhando a visão da ONU de que Jerusalém deveria ser uma cidade internacional. Na chamada Partilha da Palestina, de 1947, a ONU decidiu criar dois Estado na região, um para judeus e um para árabes. Jerusalém, no entanto, não seria capital de nenhum dos dois.

Mas a cidade, sagrada para judeus, árabes e cristãos, é disputada desde então. Em 1949, ela foi dividida entre Israel e Jordânia depois de uma guerra. Dezenove anos depois, depois de outro conflito, Israel tomou o controle do lado jordaniano e o anexou. Além de Trump, os ex-presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush também prometeram transferir a embaixada para Jerusalém em suas campanhas eleitorais, o que nunca fizeram temendo as consequências.

Em1995, os Estados Unidos declararam Jerusalém como capital de Israel e exigiram, através de lei, a mudança da embaixada. O texto, no entanto, continha uma brecha pela qual os presidentes podiam, a cada seis meses, adiar esse passo, o que foi feito desde então por todos os líderes americanos.

Abbas envia carta a Trump

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, enviou uma carta a Trump pedindo para que reconsidere essa ideia, já que, segundo ele, o passo teria “efeitos devastadores”. Afinal, os palestinos também querem Jerusalém como capital, apesar da decisão da ONU.

Outros líderes árabes, de países como Jordânia e Arábia Saudita, também alertaram Trump para o que chamaram de “consequências catastróficas” da medida.

O maior temor é de que o mundo árabe-muçulmano – principalmente árabes-israelenses e palestinos – reaja violentamente, alegando que a medida colocaria em perigo locais sagrados para o Islã em Jerusalém.
Israel rejeita essa ideia, afirmando proteger locais sagrados para todas as religiões e manter liberdade de culto desde sua criação.

 

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