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Humanos e mudanças climáticas causam maior incêndio florestal do Chile

Cerca de 129.000 hectares de florestas queimaram no centro e no sul do Chile na última semana, tornando-se o maior desastre natural da história do país, onde as ações humanas e as mudanças climáticas acabaram alimentando as chamas.

Bombeiros combatem o fogo na cidade de Empedrado, no sul do Chile, em 23 de janeiro de 2016
Bombeiros combatem o fogo na cidade de Empedrado, no sul do Chile, em 23 de janeiro de 2016 REUTERS/Cristobal Hernande
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Foi a presidente Michelle Bachelet quem deu a triste notícia nesta segunda-feira (23): o território destruído pelo fogo é 20 vezes maior do que o registrado em janeiro do ano passado, e inclui principalmente áreas rurais do centro do país. Só na região de O'Higgins (centro), um incêndio consumiu mais de 44.000 hectares, tornando-se o pior dos últimos 18 anos.

"O país enfrenta o maior desastre florestal da nossa história, mas superaremos a emergência", afirmou Bachelet, que devido aos incêndios cancelou sua viagem à República Dominicana, onde participaria da cúpula de presidentes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

Destruição e mobilização

Há ainda 48 incêndios ativos, outros 65 focos controlados e 36 extintos. No total, o fogo consumiu 129.725 hectares só na última semana, em zonas rurais de seis regiões, segundo o último balanço do Escritório Nacional de Emergências (Onemi).

Até o momento, os incêndios de janeiro deixaram três brigadistas mortos e outros três feridos, enquanto que o dano no setor agrícola e pecuário das regiões afetadas "não foi significativo", informou o ministro da Agricultura, Carlos Furche. A emergência levou o governo a mobilizar mais de 4.000 efetivos militares, bombeiros e brigadistas, além de 37 aeronaves, caminhões-pipa e maquinaria pesada para combater o fogo principalmente nas regiões de O'Higgins e el Maule, no centro do país.

Nestas zonas foram registrados os incêndios mais agressivos dos últimos 50 anos, onde mais de 200 habitantes de localidades rurais e cerca de 90.000 hectares de florestas foram afetados. Ambas as regiões se encontram sob estado de catástrofe desde sexta-feira passada.

O número de incêndios aumentou 16% no período 2016-2017 em comparação com 2015-2016, enquanto a superfície afetada aumentou 1.182%, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).

Segundo o governo, no Chile são comuns os incêndios durante a época estival. Cerca de 90% destes são provocados por ações humanas, mas os registrados neste ano foram influenciados por um novo problema: as mudanças climáticas. Este fenômeno causa uma seca recorrente no país há oito anos, e em janeiro provocou temperaturas superiores a 35 graus, que favoreceram a expansão de fortes chamas em florestas e cultivos.

 

informações da AFP

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