Interferência russa em eleições é “caça às bruxas”, diz Trump
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa sexta-feira (6) um esforço “urgente” para conter os ataques cibernéticos ao país, após uma reunião com a cúpula com os serviços de Inteligência americanos, realizada em um local secreto.
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Trump rejeitou mais uma vez a hipótese de que a pirataria e a divulgação de e-mails de lideranças políticas tenham tido algum efeito no resultado da eleição presidencial de 8 de novembro de 2016. Na mesma linha, descartou também o envolvimento russo.
"Ainda que Rússia, China, além de outros países, grupos e pessoas tentem, continuamente, invadir a estrutura cibernética das nossas instituições governamentais, empresas e organizações, incluindo o Comitê Nacional Democrata, não houve - absolutamente - qualquer efeito dessas ações no resultado da eleição", afirmou o republicano, em um comunicado.
A reunião aconteceu em um momento de alta tensão entre os serviços de Inteligência e o futuro presidente, que questionou os relatórios que indicavam que Moscou haveria influenciado as eleições a seu favor. A poucas horas da reunião, em declarações ao jornal The New York Times, Trump deixou claro que a tarefa de convencê-lo não seria fácil.
A “capital mundial da ciberpirataria”
De acordo com o magnata, a polêmica sobre a interferência russa nas eleições americanas não passa de uma "caça às bruxas", porque ignora a capacidade de outros atores - como a China - e teria motivações políticas. "Há relativamente pouco tempo, a China pirateou os nomes de 20 milhões de funcionários do governo americano", invadindo servidores do Escritório de Administração de Pessoal em 2014 e 2015, lembrou o presidente eleito. "Como é que agora ninguém sequer fala disso? É uma caça às bruxas política", comentou.
O republicano ressaltou, porém, que não quer "que haja países pirateando o nosso país. Piratearam a Casa Branca. Piratearam o Congresso. Somos a capital mundial da cyberpirataria". Participaram do encontro o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper; o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA), Mike Rogers; o diretor do FBI (a Polícia Federal), James Comey; e o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), John Brennan.
O Congresso Americano confirmou a eleição de Donald Trump à Casa Branca nessa sexta-feira, numa votação que contabilizou 304 votos [Trump] contra 227 [Hillary Clinton]. São necessários um mínimo de 270 votos parlamentares para ser eleito, nos Estados Unidos. A sessão foi interrompida diversas vezes por protestos de deputados democratas.
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