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Obama pede investigação dos ciberataques na eleição presidencial

O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu uma investigação de todos os ciberataques ocorridos durante o período eleitoral de 2016, afirmou Luisa Monaco, assessora do presidente para questões de segurança doméstica, para jornal The Christian Science Monitor.

O presidente dos EUA, Barack Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama REUTERS/Kevin Lamarque
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"A medida é para capturar lições aprendidas e para informar as partes interessadas. Isso é consistente com o trabalho que fizemos durante o verão para engajar o Congresso em relação às ameaças que estávamos observando", completou. A investigação deve ser feita antes da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro.

Vários legisladores democratas pediram nesta sexta-feira (9) que Barack Obama publique os detalhes da investigação sobre a suposta interferência russa na eleição presidencial americana, diante do temor de que o tema fique enterrado quando Donald Trump assumir o poder, em janeiro.

O presidente eleito rejeitou em diversas ocasiões a ideia de que Moscou tivesse relação com os vazamentos de e-mails privados que prejudicaram sua concorrente na corrida presidencial, Hillary Clinton, e supostamente contribuíram para a sua vitória.

Os legisladores disseram que não refutam o resultado da eleição, mas querem que se torne público o que acreditam que foi uma tentativa de um rival estrangeiro de abalar os pilares da democracia americana.

"Ao abalar a confiança dos americanos e dos estrangeiros nas instituições dos Estados Unidos, a Rússia enfraquece nosso país e semeia instabilidade e incerteza global", afirmaram os líderes democratas da Câmara de Representantes em uma carta enviada na terça-feira a Obama.

Vazamentos de e-mails

Funcionários da inteligência americana anunciaram no dia 7 de outubro que "o governo russo dirigiu os recentes vazamentos de e-mails de indivíduos e instituições americanas, incluídos os de organizações políticas dos Estados Unidos".

"Esses roubos e divulgações pretendem interferir no processo eleitoral", indicaram em um comunicado o Departamento de Segurança Interior e o gabinete do diretor da Inteligência Nacional.

O comunicado fazia referência ao vazamento pelo WikiLeaks e por outros sites de e-mails roubados das contas do assistente de Hillary, John Podesta, e do Comitê Nacional Democrata, que colocaram em evidência tanto o partido quanto sua candidata à Casa Branca.

Susan Hennessey, uma ex-advogada da Agência Nacional de Segurança (NSA) e especialista em cibersegurança da Brookings Institution, disse que "havia motivos sólidos para a preocupação e que não se tratava de mera politicagem por parte de uns perdedores ressentidos".

"Foi uma eleição muito apertada, um acontecimento significativo. Por isso, é importante ter uma resposta realmente séria", disse Hennessey à agência France Presse.

Trump nega que envolvimento da Rússia

Os legisladores democratas, que já foram informados em particular por agentes de inteligência, sugerem que há algo mais que os vazamentos e que é preciso tornar esses fatos públicos.

Em um gesto pouco frequente, o senador Ron Wyden e outros seis democratas do Comitê de Inteligência do Senado convocaram Obama em uma carta de 29 de novembro a revelar mais sobre este tema.

"Acreditamos que há mais informações relacionadas ao governo russo e à eleição americana que deveriam ser desclassificadas e divulgadas ao público", escreveram.

Não foi indicado se eles se referiam especificamente aos e-mails hackeados ou também às relações empresariais de Trump com a Rússia.

O vazamento dos e-mails claramente teve um impacto. Comunicações internas do Comitê Nacional Democrata (DNC) publicadas pouco antes da convenção do partido levaram à renúncia da presidente do DNC, Debbie Wasserman Schultz.

Isso gerou acusações de que Moscou estava ajudando Trump, que tem interesses empresariais na Rússia e uma visão menos crítica sobre o presidente russo, Vladimir Putin, do que Obama e Hillary.

Apesar das conclusões da inteligência americana, Trump rejeitou a ideia de que Moscou estivesse por trás dos vazamentos.

"Pode ser a Rússia, mas também pode ser a China. Podem ser muitas outras pessoas. Não se sabe quem interferiu no DNC", disse Trump em um debate presidencial em setembro.

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