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Brasil-Mundo

Política de imigração de Trump assusta brasileiros nos Estados Unidos

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Uma das promessas centrais da campanha do republicano Donald Trump, a mudança radical da política do governo americano em relação à imigração, está assustando os brasileiros que vivem no país.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que uma de suas primeiras medidas será a identificação e deportação dos imigrantes sem documentos.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que uma de suas primeiras medidas será a identificação e deportação dos imigrantes sem documentos. REUTERS/Carlo Allegri/File Photo
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova Iorque

O presidente eleito Donald Trump anunciou que uma de suas primeiras medidas será a identificação e deportação dos imigrantes não-documentados, começando pelos cerca de 2 milhões de indivíduos com antecedentes criminais.

Coordenadora do grupo Mantena, voltado para o auxílio a imigrantes em Newark, cidade de Nova Jérsei com significativa presença de brasileiros, Solange Fonseca conta que, desde o resultado das eleições, os brasileiros que vivem na região têm procurado auxílio psicológico e legal para saber como navegar os anos Trump. No dia seguinte ao do anúncio da vitória republicana, o Mantena convocou a comunidade para um seminário, com a presença de advogados especializados no tema.

Segundo Solange Fonseca, “a reunião foi muito produtiva e ouvimos histórias variadas, incríveis, de brasileiros falando publicamente de suas experiências, os que vieram pelo México, os que vieram com visto, tudo direitinho, mas vi que, tanto um lado como o outro, há uma grande expectativa, uma grande insegurança”.

Já a mineira de Ipatinga, Branca de Souza, vive há 14 anos em Newark, onde trabalha como faxineira. Ela teme que Trump inicie o governo de olho nos imigrantes, como ela, não-documentados: “A nossa apreensão é a respeito dos discursos que ele fazia em relação aos imigrantes. Que iria colocar todo mundo para fora, que iria colocar todo mundo de volta, que iria dificultar o plano de saúde, que ia fazer e acontecer”, declarou à reportagem.

Entrada dos republicanos no poder prejudica “psicologia”

Solange Fonseca, do Mantena, lembra que boa parte dos programas sociais do Mantena conta com verba federal. A saída dos democratas e entrada dos republicanos deve comprometer serviços como o de psicologia. “Todas as crianças de zero a 21 anos, documentadas ou não, recebem o benefício do apoio psicológico, totalmente pago pelo governo, conversando com as psicólogas, elas dizem estar temendo que este benefício seja cortado, deste tipo de trabalho que temos aqui”, declarou.

O momento é de apreensão e expectativa, com os brasileiros temendo serem forçados a voltar para o Brasil, que, por sua vez, sofre com uma crise econômica, política e social, como afirma Branca de Souza: “O que me preocupa, sinceramente, hoje, é o fato de nós sermos mandados de volta. Porque enquanto a gente está morando aqui, graças a Deus, a gente tendo o nosso trabalho, a gente podendo pagar o nosso aluguel, a gente podendo colocar comida na nossa mesa, isso tá ótimo. Agora, quando vem a possibilidade de você voltar para o Brasil e vê que o Brasil tá só roubando, criminalidade, você não sabe em quem confiar no Brasil, se é na polícia ou se é num padre, você não sabe mais. No meu caso, o que me mantém aqui é a segurança.”

 

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