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Promessa de Trump sobre imigração é inviável, diz Carlos E. Siqueira

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O tema da imigração foi um dos mais presentes durante a campanha eleitoral do republicano Donald Trump. O magnata foi eleito também com um discurso considerado xenófobo e com promessas de controlar melhor as fronteiras dos Estados Unidos, ampliar o muro que divide o país do México e expulsar milhões de imigrantes em situação ilegal, que os especialistas preferem chamar de indocumentados.

O professor da Universidade de Massachusetts, dos Estados Unidos, Carlos Eduardo Siqueira
O professor da Universidade de Massachusetts, dos Estados Unidos, Carlos Eduardo Siqueira Divulgação/ americanhealthcouncil.org
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Para Carlos Eduardo Siqueira, professor do Community College of Public and Comunity Service da Universidade de Massachusets, em Boston, o discurso do candidato Trump foi demagógico para convencer um eleitorado bem específico.

“Ele conseguiu se vincular com as principais inseguranças e descontentamentos de grande parte da população americana branca, principalmente”, afirma o especialista em imigração, que também é coordenador do Transnacional Brazilian Project.

“Existe um sentimento na região meio-oeste dos Estados Unidos, como Michigan, Pensilvânia, e também no sul do país, de apreensão com desemprego, emprego precário e preocupação econômica. Ele soube aproveitar isso muito bem, dizendo no seu slogan que queria fazer de novo os Estados Unidos voltarem a ser um grande país. Isso significa voltar a dar prioridade e prestígio para a maioria branca”, observa.

Donald Trump desencadeou reações de revolta quando associou os mexicanos a “estupradores e traficantes de drogas” e prometeu erguer um muro entre os Estados Unidos e o México. Ele também acenou com a disposição de deportar imigrantes em situação irregular no país, o que será muito difícil de aplicar na prática, segundo o especialista. “O que ele anunciou que vai fazer é demagogia. Ele não vai ter condição. Mesmo dentro do Partido Republicano ele não vai ter votos suficientes para implementar esse tipo de política. Essa foi uma bandeira que ele usou para mobilizar as bases”, diz Siqueira.

“Ele não tem força política. Primeiro, porque é impossível de ser implementada a curto prazo sem provocar uma convulsão social, uma verdadeira guerra civil”, afirma. “As forças contrárias a esse tipo de posição também são muito grandes em várias partes dos Estados Unidos, então, é inviável”, conclui.

 

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