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Brasil e mais 11 países pedem que Venezuela abra diálogo para superar crise

Neste sábado (22), doze países das Américas manifestaram sua preocupação pela suspensão do referendo revogatório na Venezuela e pediram ao governo de Caracas que encontre vias de diálogo para superar a crise. Mulheres fizeram marcha contra Maduro.

Lilian Tintori (centro), esposa do líder da oposição preso, Leopoldo Lopez, manifesta a favor do referendo para tirar Nicolás Maduro do poder
Lilian Tintori (centro), esposa do líder da oposição preso, Leopoldo Lopez, manifesta a favor do referendo para tirar Nicolás Maduro do poder REUTERS/Marco Bello
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O comunicado conjunto foi divulgado em Buenos Aires, pela chancelaria Argentina.

Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Peru e Uruguai (...) expressaram sua preocupação com a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de postergar o processo de coleta de 20% do padrão eleitoral requerido para ativar o referendo revogatório sobre a permanência ou não do presidente Nicolás Maduro na presidência, cargo que ocupa desde a morte de Hugo Chávez, em 2013.

Foi na quinta-feira (20) que a crise se agravou, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decidiu atrasar o recolhimento das quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), previsto entre 26 a 28 de outubro, como último passo para convocar o referendo.

Secretário da OEA denuncia "rompimento democrático"

"A paralisação do processo e a decisão do Poder Judiciário da Venezuela de proibir os principais líderes da oposição de sair do território venezuelano, afeta a possibilidade de estabelecer um processo de diálogo entre o governo e a oposição que permita uma saída pacífica à crítica situação que essa nação irmã atravessa", afirma o comunicado conjunto.

A declaração, apresentada como um "comunicado conjunto dos Estados-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre os recentes acontecimentos" na Venezuela é feita por 12 dos 35 países-membros da instituição. Na sexta-feira (21), o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, já havia denunciado  um "rompimento democrático" no país e falou em tomar uma atitude.

Delegados do governo venezuelano e a oposição se reunirão separadamente neste fim de semana com uma mediação internacional liderada pelo ex-chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, para continuar explorando um diálogo sobre a crise.

A oposição venezuelana acusa um golpe de Estado e anuncia mobilizações em todo o país a partir da próxima quarta-feira (26).

Mulheres marcham contra Maduro

"Venezuela, resteada' (corajosa), será libertada!", gritam milhares de mulheres que marcham neste sábado, em Caracas, em protesto pela suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.
"Vamos dar a cara nas ruas e vamos lutar pelo revogatório", disse à imprensa Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, uma das principais promotoras da mobilização. "Faremos a grande tomada da Venezuela, com determinação, coragem e em paz", acrescentou Lilian, referindo-se à convocação da coalizão, cercada de correligionárias vestidas de branco levando bandeiras venezuelanas e cartazes. "Você pode ficar todo dia na fila para comprar comida e, ainda assim, não conseguir o que precisa (...), e o governo bloqueia as soluções para a crise", reclamou Nayiber Bracho, de 30, uma das manifestantes, em entrevista à AFP.

Convocada por Tintori e por outras lideranças da oposição, como a ex-deputada María Corina Machado, a marcha das "resteadas" (corajosas) saiu de quatro pontos diferentes de Caracas para chegar à autoestrada Francisco Fajardo, principal artéria da cidade.

"Hoje começa uma nova etapa de luta contra a ditadura, a etapa definitiva", tuitou María Corina. "Vamos fazer valer a maioria que o povo que nos elegeu nos deu", afirmou a deputada Gabriela Arellano, em discurso em um dos pontos de concentração para a manifestação deste sábado.

Na sexta-feira (22), a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) advertiu que "chegou a hora" de definições no país, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) voltou a adiar a coleta de quatro milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta contra Maduro. Em nome da MUD, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles anunciou ontem uma grande mobilização nacional para a próxima quarta-feira: "Vamos tomar a Venezuela de ponta a ponta".

 

 

 

 

 

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