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Furacão

Desesperados de fome, haitianos saqueiam comboios humanitários

Alguns comboios humanitários, que levam ajuda às vítimas do furacão Matthew no Haiti, estão sendo atacados pela população, impaciente com a demora da chegada da assistência. O alerta foi feito nesta sexta-feira (14) à RFI pelo diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no país, Carlos Veloso.

Vítimas do furacão Matthew recebem alimentos do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na cidade de Tobeck, Les Cayes, Haiti. 13 de Outubro, de 2016.
Vítimas do furacão Matthew recebem alimentos do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na cidade de Tobeck, Les Cayes, Haiti. 13 de Outubro, de 2016. HECTOR RETAMAL / AFP
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"Infelizmente há pessoas que tentam se aproveitar deste esforço humanitário e perdemos algumas quantidades de alimentos, que foram roubados", declarou.

Veloso diz que compreende o desespero dos haitianos, que aguardam a chegada de alimentos, uma semana após o violento furacão que devastou especialmente a região sul do país. "Mas é preciso que as pessoas também nos ajudem. É preciso deixar passar os comboios e confiar nas estruturas locais", diz, lembrando que quem coordena a distribuição dos alimentos é o governo.

De acordo com o diretor desta agência da ONU, se incidentes como esses continuarem sendo registrados, todo o trabalho de levar alimentos à população será atrasado e as autoridades terão que tomar outras medidas, mais caras, como o transporte da ajuda por helicópteros. "Mas, neste caso, não conseguiremos transportar as mesmas quantidades aos mesmos locais", adverte.

O diretor do PMA faz um apelo para que a população seja paciente e respeite a ordem estabelecida para a repartição da ajuda. "Há regiões que serão abastecidas em primeiro lugar e outras que serão contempladas em uma segunda fase de nosso trabalho. Mas temos que fazer isso de uma maneira organizada", enfatiza.

Veloso ressalta que não é possível levar ajuda a todos os lugares atingidos imediatamente. "Não podemos resolver todos os problemas ao mesmo tempo", conclui.

Mais de 3 milhões de haitianos enfrentam insegurança alimentar

De acordo com estimativas parciais do PMA, mais de 750 mil pessoas necessitavam de ajuda alimentar de emergência. Desde a semana passada, mais de 700 toneladas de alimentos foram transportadas pelo PMA ao departamento de Grand-Anse e mais de 190 toneladas já foram distribuídas a cerca de 23 mil pessoas.

Calcula-se que serão necessários US$ 45 milhões para garantir a resposta alimentícia de urgência. Apenas o financiamento da logística desta ajuda custará US$ 6 milhões.

No entanto, o problema da fome é muito mais grave no país. Antes mesmo da passagem do furacão, as autoridades locais indicavam que 3,2 milhões de haitianos já estavam em situação de insegurança alimentar.

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