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EUA

Congresso e Senado dos EUA eliminam veto de Obama à lei sobre vítimas do 11/9

Rejeitando um veto do presidente norte-americano Barack Obama, o Senado e Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votaram de forma esmagadora nesta quarta-feira (28) a favor de uma lei que permite que familiares das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 processem a Arábia Saudita.

O presidente norte-americano Barack Obama sofreu o primeiro veto do Senado e da Câmara de Representantes em 8 anos de governo.
O presidente norte-americano Barack Obama sofreu o primeiro veto do Senado e da Câmara de Representantes em 8 anos de governo. REUTERS/Yuri Gripas
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Com informações da correspondente da RFI em Washington, Anne-Marie Capomaccio

Em oito anos de governo, esse é o primeiro veto que Obama sofre. Apesar das advertências do presidente norte-americano, senadores democratas e republicanos votaram de forma quase unânime (97 votos sobre 100) para autorizar a medida. A Câmara apostou na mesma decisão, com 338 votos a favor e 74 contra, mais de dois terços da maioria necessária.

As famílias das vítimas do 11 de setembro consideram que Riad está implicado no financiamento e na organização dos atentados. Mas, se 15 dos 19 terroristas eram sauditas, as investigações de uma comissão independente exoneraram o país de qualquer implicação nos ataques. Mas os familiares não estão convencidos, e lutam há 15 anos pela medida.

EUA temem retaliações

A Casa Branca acredita que a decisão possa abalar a soberania nacional e colocar em risco a vida dos cidadãos norte-americanos no Oriente Médio, sejam eles diplomatas, militares ou forças especiais que apoiam grupos rebeldes. Washington teme que haja retaliações e que a imunidade acordada aos Estados Unidos em alguns países comece a ser desconsiderada.

"Eu tenho profunda simpatia para com as famílias das vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que sofreram gravemente", declarou Obama, por meio de um comunicado de três páginas. "Mas esta lei não vai aumentar a segurança dos norte-americanos contra ataques terroristas e pode prejudicar os interesses centrais do país", reiterou.

Para o senador republicano Peter King, autor do projeto de lei, o temor é infundado. "Podemos sempre processar em casos de terrorismo. Estamos falando de terrorismo de Estado, quando um governo planeja um atentado: é um único caso previsto. As famílias do 11 de setembro têm esse direito. Se os sauditas não são culpados, eles não têm nada a temer", diz.

Riad fez pressão, sem sucesso, para que o texto não fosse votado. Para o governo saudita e Obama, a decisão do Senado não passa de uma provocação. A medida certamente não contribuirá para melhorar as relações já estremecidas entre os dois países, desde o acordo sobre o nuclear iraniano. Caso a lei entre em vigor, a Arábia Saudita já alertou que vai tirar "dezenas de bilhões de dólares" de investimentos dos Estados Unidos.

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