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Estados Unidos

Franco-atiradores matam 5 policiais em protesto contra racismo em Dallas

Cinco policiais foram mortos e seis outros ficaram feridos por snipers durante uma manifestação em Dallas contra as violências da polícia norte-americana contra a comunidade negra nesta quinta-feira (7). O protesto foi realizado depois das mortes à queima-roupa de dois afro-americanos por policiais brancos nesta semana, que geraram uma forte indignação da opinião pública do país.

Forças de segurança patrulham região onde cinco policiais foram mortos a tiros em 07 de julho de 2016 em Dallas, Texas.
Forças de segurança patrulham região onde cinco policiais foram mortos a tiros em 07 de julho de 2016 em Dallas, Texas. Ron Jenkins / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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De acordo com o chefe da polícia local, dois snipers abriram fogo do alto de prédios do centro de Dallas contra um grupo de dez policiais, no final da manifestação. Os tiros geraram pânico nos participantes do protesto, que correram e se abrigaram em prédios da região. Nove pessoas ficaram feridas, entre elas, sete policiais.

Duas pessoas foram presas, segundo informações divulgadas no Twitter da polícia de Dallas. Um outro homem, suspeito de ser um dos atiradores, também foi detido, depois de ter se escondido em uma garagem. Um civil, cuja foto foi divulgada nas redes sociais, se entregou à polícia, mas não estaria envolvido nas violências.

O suspeito de ser o segundo atirador foi morto pela polícia na madrugada. Ele se escondeu em um prédio e foi cercado. Durante as negociações com a polícia, o homem afirmou que "o fim estava próximo" e que havia implantado bombas "por todos os lugares" no centro da cidade. Um pacote suspeito foi encontrado e uma equipe especializada em desativar explosivos foi enviada ao local.

"Caos total"

"Havia negros, brancos, latinos, de tudo. Era o protesto de uma comunidade mista. E [os tiros] vieram do nada. Ficamos com a impressão de que atiravam na nossa direção. Foi o caos total, uma coisa de louco", disse uma testemunha.

Vários participantes da manifestação publicaram vídeos e áudios na internet sobre a situação, nos quais é possível observar e escutar as rajadas de tiros e as sirenes das viaturas policiais.

Ismael DeJesus conseguiu fazer um vídeo no momento em que estava escondido no Crown Plaza Hotel, durante o tiroteio. Ele afirmou ao canal CNN, que exibiu as imagens, que um "homem disparava em todas as direções".

"Depois ele deu a volta para ter certeza de que ninguém estava vindo, mas um agente apareceu pelo lado direito. O policial tentou surpreendê-lo, mas as coisas não terminaram bem. Pareceu uma execução, para falar honestamente. Ele [o agressor] parou sobre o policial, depois que já estava no chão. Atirou talvez três ou quatro vezes nas costas", disse DeJesus.

Dois afro-americanos mortos à queima-roupa

As demonstrações de indignação aumentaram ao longo da semana, primeiro com o assassinato na terça-feira (5) de Alton Sterling, de 37 anos, atingido por tiros de policiais em um estacionamento de um centro comercial na cidade de Baton Rouge, Louisiana.

Na quinta-feira (7), a revolta se espalhou pelas ruas das principais cidades do país, depois da morte, em Minnesota, de outro cidadão negro, Philando Castile. Ele foi alvo de tiros da polícia dentro de seu carro, no qual estavam sua namorada e a filha dela, de apenas quatro anos.

As mortes de Sterling e Castile foram filmadas por testemunhas e os vídeos mostram que eles não representavam um risco evidente para os agentes que abordaram ambos.

Protestos em todo o país

Os protestos sob o lema do movimento "Black Lives Matter" ("As Vidas dos Negros Importam") aconteceram especialmente em Los Angeles, Chicago, Washington, Dallas, Atlanta e Nova York.

Em Washington, quase mil manifestantes se reuniram nas proximidades da Casa Branca e depois caminharam até o Capitólio, onde o veterano líder dos direitos civis e deputado John Lewis discursou ao público nas escadarias do Congresso.

Obama condena ataque

O presidente americano, Barack Obama, condenou as violências de Dallas nesta sexta-feira (8). "Ainda não conhecemos todos os fatos. O que sabemos é que aconteceu um ataque perverso, calculado e desprezível contra as forças de segurança", disse Obama em Varsóvia, na Polônia, ao lado dos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Donald Tusk e Jean-Claude Juncker, antes de uma reunião de cúpula da Otan.

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