Afastamento de Dilma gera apoio e preocupação na América do Sul
Vários países e instituições internacionais reagiram à suspensão do governo de Dilma Rousseff nesta quinta-feira (12). O espírito geral é de apelo à manutenção das instituições democráticas no Brasil.
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A Argentina expressou confiança na solidez da democracia do Brasil, seu principal parceiro comercial na região. Para o governo argentino, essa pode ser uma "oportunidade" para refundar o Mercosul.
A reação do governo de Mauricio Macri diante da crise brasileira rendeu críticas dos opositores de esquerda, que viram nas declarações oficiais o que consideram "um reconhecimento ao golpe institucional" contra Dilma.
Já Bogotá fez votos para que se preserve "a estabilidade" e a "institucionalidade democrática" no Brasil, após o afastamento do cargo da presidente Dilma Rousseff. "Na atual conjuntura, a Colômbia confia na preservação da institucionalidade e da estabilidade, fundamentos indispensáveis do Estado de Direito", diz um comunicado da chancelaria colombiana.
"A estabilidade do Brasil é muito importante para toda a região por sua influência e liderança", também destacou o texto, no qual o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia garante ter "seguido de perto o transcurso dos fatos ocorridos nas últimas semanas" no país.
Equador expressa apoio a Dilma Rousseff
Por sua vez, o Equador demonstrou sua "profunda preocupação" com a situação política no Brasil e apoiou o governo de Dilma Rousseff, "legítima depositária do mandato popular expresso nas últimas eleições democráticas e conta a qual não pesa, até o momento, uma única acusação que a vincule com a prática de um crime comum".
A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) também expressou preocupação. Uma possível destituição de Dilma Rousseff, afastada temporariamente do cargo, significará uma ruptura do sistema democrático no Brasil, afirmou o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper.
"Se se continuar neste processo (...), poderíamos chegar a uma ruptura que seria preciso levar os países a analisar a aplicação ou não da cláusula democrática", disse o ex-presidente colombiano, durante coletiva de imprensa na sede do organismo, nos arredores de Quito. A cláusula contempla impor sanções ao membro que romper a ordem democrática.
ONU pede calma e diálogo no Brasil
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu calma e diálogo ao Brasil, depois do afastamento. Ele diz acompanhar de perto os recentes acontecimentos no país e "confia em que as autoridades honrarão os processos democráticos brasileiros, com apego às leis e à Constituição", disse seu porta-voz em um comunicado. Ele pediu, ainda, "diálogo e calma em todos os setores da sociedade".
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