Venezuela terá fim de semana de 3 dias para poupar energia
A Venezuela começa a aplicar nesta sexta-feira (8) um novo plano para diminuir o consumo de energia elétrica. O presidente Nicolás Maduro decretou que todas as sextas-feiras serão feriado a partir de hoje, durante dois meses, pelo menos para alguns órgãos da administração pública. A medida, que gera controvérsia, tem o objetivo de evitar um mega-apagão no país, já que os reservatórios das hidrelétricas estão operando em níveis mínimos devido à seca causada pelo fenômeno El Niño.
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas
O plano de folga semanal está previsto para durar 60 dias. Após este período, em junho, começa a temporada de chuvas em todo o país, o que tende a diminuir o problema da seca.
A decisão deve impactar a economia venezuelana, já bastante fragilizada por diversos fatores, principalmente pela queda dos preços internacionais do petróleo. O governo venezuelano, há alguns meses, reduziu o horário de funcionamento de shoppings centers. Mas, com a nova medida, centros comerciais, hotéis e grandes indústrias devem aumentar também o período de autogeração de energia elétrica para até nove horas por dia. Outra decisão do plano é a adoção de lâmpadas de baixo consumo nas residências venezuelanas.
Maduro quer ajuda de todo o país
Nicolás Maduro pediu “a colaboração de todo o país” para resolver o problema. Segundo o presidente, os estabelecimentos com maior consumo devem realizar uma economia de 20% de energia.
A medida vem gerando críticas. Alguns afirmam que o resultado tende a ser o oposto do esperado, pois os beneficiados com a folga semanal irão gastar mais energia elétrica em suas casas, sobretudo com o uso de aparelhos de ar condicionado por causa das altas temperaturas.
Outro problema é o trâmite de documentos em órgãos públicos que deixarão de funcionar às sextas-feiras, que devem ficar ainda mais lentos. Escolas, transportadoras de alimentos, remédios, gás, água potável e de dinheiro não obedecerão à folga semanal. Para o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, a decisão é um “absurdo”.
O problema da seca atinge todo o país há mais de três anos. O drama vivido no interior da Venezuela, onde os cortes de energia são diários e prolongados, começam a ser sentidos na capital Caracas.
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