Wisconsin pode definir permanência de Ted Cruz na disputa eleitoral americana
As primárias presidenciais americanas seguem hoje em Wisconsin, no meio-oeste, um estado-chave para a definição de quais serão os dois principais candidatos à sucessão de Barack Obama na Casa Branca. Entre os republicanos, o perfil do eleitorado em Milwaukee e adjacências, com um número significativo de ultraconservadores e religiosos, é um prato cheio para o principal rival de Donald Trump, o senador texano Ted Cruz. As pesquisas mostram os dois disputando voto a voto.
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York (com informações AFP)
O senador ultraconservador do Texas está à frente de Donald Trump em Wisconsin, com 40% das intenções de voto contra 35%, de acordo com a média das pesquisas recentes. Mas é pouco provável que uma vitória de Ted Cruz no Midwest supere os resultados de Nova York e nos estados do nordeste, que votam no final de abril, onde Donald Trump parece ser hegemônico.
Cruz recebeu o importante apoio do governador do estado de Wisconsin, Scott Walker, que chegou a ser um dos favoritos na disputa presidencial. Também faz campanha para o senador outra ex-candidata, de perfil mais moderado, a executiva Carly Fiorina.
Trump cada vez mais polêmico, mas ainda liderando as pesquisas em NY
É a união de forças da direita para deter Trump, líder na contagem de delegados mas que não para de cometer gafes, especialmente com as mulheres, o que pode custar muitos votos em novembro. Trump defendeu na semana passada uma penalização para todas as cidadãs que fizerem aborto e atacou a mulher de Cruz em uma propaganda de péssimo gosto.
Depois, o magnata lamentou ter retuítado uma imagem pouco lisonjeira de Heidi Cruz, esposa de seu rival. "Pessoalmente, é um momento muito difícil", disse ao Washington Post Barry Bennett, assessor do bilionário.
Mas Donald Trump pode respirar mais aliviado ao contemplar as pesquisas para o caucus de Nova York, que votará no dia 19 de abril. O empresário é apontado com 50% dos votos, o que lhe garantiria um grande número de delegados. O mesmo deve acontecer na Pensilvânia (26 de abril), onde conta com cerca de 50% de apoio em uma pesquisa da CBS.
Uma vez superadas estas etapas, a campanha entrará na reta final em maio até as grandes primárias de 7 de junho, com a Califórnia como o prêmio principal. O desafio de Wisconsin é legitimar a permanência de Ted Cruz na corrida.
Entre os democratas, a disputa também está apertada e o senador Bernie Sanders precisa vencer, e bem, para seguir a luta, cada vez mais complicada para ele, contra a favorita Hillary Clinton. Os dois estão com um olho em Wisconsin e outro nos quatro estados que, juntos, reúnem 60% dos delegados ainda em disputa entre os governistas e que vão às urnas nas próximas semanas: Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia e Califórnia.
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