O que esperar do encontro de Obama com a dissidência cubana
A libertação de presos políticos e o respeito aos direitos fundamentais estarão no centro da conversa que o presidente norte-americano Barack Obama terá com uma dezena de opositores do regime cubano durante sua visita a Cuba. Parte da oposição critica a “condescendência” de Obama com o regime de Castro.
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Maria Carolina Piña, enviada especial da RFI a Havana
Há grande expectativa em torno desta que será a primeira reunião de um mandatário dos Estados Unidos com a dissidência em Cuba, evento agendado para esta terça-feira (22), terceiro dia da visita de Obama.
Alguns opositores ouvidos pela RFI em Havana criticaram duramente a nova política americana para a ilha, mais flexível, e que eles classificam como “condescendência” de Obama com o regime.
“Vamos pedir solidariedade pública em seu encontro com os defensores dos direitos humanos”, contou José Daniel Ferrer, ex-prisioneiro e secretário da União Patriótica de Cuba. “Esperamos que sua audácia o leve a se aprofundar em seu discurso para falar dos muros que fazem o povo cubano infeliz”, completa.
Ferrer também diz que o regime tem “muito medo e está nervoso” diante da possibilidade de que surja um protesto espontâneo durante a visita de Obama. Para ele, “estão tentando manipular a visita”. O histórico opositor Ricardo Fariñas vai além: “eles temem que uma faísca pegue fogo e que o protesto acabe sendo de milhares, e não de uma dezena de ativistas”.
Primeiro episódio de violência
Pouco antes da chegada de Obama a Havana, no domingo (20), dezenas de ativistas liderados pelas Damas de Blanco que protestavam contra o governo Castro foram presos por várias horas. Composto por mães e esposas de presos políticos do regime, o grupo existe desde 2003.
Ao final da marcha que as Damas de Blanco costumam realizar aos domingos pela Quinta Avenida da capital cubana – e que desta vez contou com apoio de outras organizações –, grupos oficialistas encurralaram e atacaram os opositores.
A polícia chegou quase ao mesmo tempo. As Damas de Blanco e ativistas da dissidência foram arrastados até ônibus em meio a insultos de uma multidão de apoiadores do governo.
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