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Frase de Dilma – “golpe à paraguaia” – irrita Assunção

O ministério das Relações Exteriores do Paraguai pediu explicações ao Brasil sobre as declarações da presidente Dilma Rousseff de que a oposição brasileira quer derrubá-la com um "golpe à paraguaia", informaram fontes diplomáticas nesta sexta-feira (9), em Assunção. A frase foi em referência ao presidente esquerdista paraguaio Fernando Lugo, deposto em 2012.

A presidente Dilma Roussef.
A presidente Dilma Roussef. REUTERS/Ueslei Marcelino
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O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, chamou o embaixador brasileiro em Assunção, José Felicio, para manifestar sua "surpresa e desagrado" com as declarações de Dilma, publicadas pela imprensa brasileira na quinta-feira. Assunção informou que o embaixador do Paraguai em Brasília, Manuel María Cáceres, foi instruído a realizar as mesmas consultas com as autoridades na capital brasileira.

O governo do presidente Horacio Cartes expressou seu desagrado com a citação feita por Dilma, que enfrenta uma grave crise política e comparou a proposta de impeachment da oposição ao caso do então presidente de esquerda Fernando Lugo, destituído em 2012 em um julgamento político por "mau desempenho" de suas funções. Na época, Dilma, a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o então presidente uruguaio, José Mujica, resolveram suspender o Paraguai do Mercosul, em solidariedade a Lugo.

Veracidade da frase

Segundo a Folha de São Paulo, na primeira reunião ministerial do novo gabinete, Dilma disse que no Brasil está em curso "um golpe democrático à paraguaia". A chancelaria paraguaia pediu ao embaixador brasileiro que confirme "a veracidade" das declarações de Dilma, acrescentando que Assunção respeita o princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados.

Em relação ao processo político contra o então presidente Lugo, realizado em junho de 2012, a chancelaria destacou que o Congresso do Paraguai agiu "com base no marco jurídico estabelecido pela Constituição Nacional e nas leis, sempre respeitando o devido processo".

As declarações ocorrem em uma semana difícil para a presidente, após as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) de rejeitar as contas de 2014 do governo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abrir uma investigação sobre supostas irregularidades durante a campanha para a reeleição de Dilma.
 

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