Mesmo sem maioria, Obama consegue mínimo de votos para aprovar acordo com Irã

A senadora do Partido Democrata Barbara Mikulski anunciou nesta quarta-feira (2) que vai apoiar o acordo negociado pelo governo norte-americano sobre o programa nucelar iraniano. Com esta decisão, o presidente Barack Obama consegue reunir os votos necessários para que o texto seja aprovado no Congresso dos Estados Unidos – o que muitos consideravam improvável.

Senadora democrata Barbara Mikulski deu o voto que faltava. Glenn Fawcett / Creative Commons

“Nenhum acordo é perfeito, principalmente um acordo negociado com o regime iraniano”, ressalvou a senadora em um comunicado, antes de reconhecer que chegou à conclusão de “que este plano de ação conjunta é a melhor opção para impedir o Irã de possuir a bomba atômica”.

A declaração, somada ao apoio dos senadores Bob Casey e Chris Coons, anunciado na véspera, dá à Casa Branca 34 votos favoráveis no Senado, sendo 32 dos democratas e dois independentes. Esta quantidade de votos é a mínima necessária para que a casa não rejeite um veto que Obama precisará fazer à “moção de desaprovação” que a maioria republicana da casa certamente conseguirá aprovar.

Engenharia parlamentar

Esta maioria de oposição votará, até 17 de setembro, a moção reprovando o acordo selado entre o Irã e grupo de potências formado por Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha (conhecido por 5+1). Obama já anunciou que, nesta hipótese, fará uso do veto presidencial, que o Congresso só pode anular se tiver uma maioria qualificada, de dois terços nas duas casas.

Com os 34 votos garantidos no Senado, essa maioria qualificada para derrubar o veto de Obama não será atingida. Ainda falta a decisão de 10 senadores democratas. Se conseguir 41 votos na casa, o acordo pode ser aprovado até mesmo de forma direto, sem necessidade do veto presidencial.