No Equador, papa Francisco reforça apelo ambiental e pede proteção da Amazônia
O papa Francisco pediu nesta terça-feira (8) a preservação da Amazônia e disse que a exploração de recursos naturais - motivo de conflitos entre indígenas e governos da América do Sul - deve levar em consideração a proteção do meio ambiente.
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Em um encontro com organizações sociais em Quito, Francisco destacou a importância da Amazônia para "o ecossistema mundial" e disse que sua "grande biodiversidade" requer um "cuidado particular". "O Equador, ao lado de outros países com áreas amazônicas, tem a oportunidade de exercer a pedagogia de uma ecologia integral".
Francisco recordou a obrigação de todos em deixar um mundo para as gerações futuras, como destacou em sua celebrada encíclica verde, publicada em 18 de junho. No texto, ele adverte para a ameaça do aquecimento global e do modelo consumista. "Recebemos como herança dos nossos pais o mundo, mas também como empréstimo de nossos filhos, para as gerações futuras, às quais teremos que devolvê-lo, e melhorado", disse o papa.
Segundo Francisco, "a exploração dos recursos naturais, tão abundantes no Equador, não deve buscar benefício imediato”. “Ser administradores desta riqueza que recebemos nos compromete com a sociedade em seu conjunto e com as futuras gerações, às quais não poderemos entregar este patrimônio sem o adequado cuidado com o meio ambiente", afirmou.
Exploração dos recursos
Mais cedo, durante uma reunião com professores e alunos da Pontifícia Universidade Católica do Equador, no norte de Quito, o papa advertiu que "não podemos seguir dando as costas à nossa realidade, a nossos irmãos, a nossa mãe Terra".
Ao falar sobre a degradação ambiental, Francisco denunciou que “não é lícito ignorar o que está acontecendo ao nosso redor”. Ele considerou que o cuidado e a proteção do meio ambiente hoje "já não são uma mera recomendação, e sim uma exigência que nasce do dano que provocamos como causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus colocou na Terra".
Embate com índios
O Papa tocou em um tema que gera problemas para o presidente do Equador, Rafael Correa, alvo de protestos de indígenas que rejeitam a extração de minérios e petróleo de seus territórios. Em outros países da região, como Brasil, Colômbia, Peru e Panamá, grandes projetos hídricos ou de mineração têm provocado a oposição de indígenas e ecologistas, apesar das promessas de emprego e cuidado ambiental de governos e empresas. Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Guiana, Suriname, Venezuela e Equador compartilham a selva amazônica, a maior área verde do planeta.
Com informações AFP
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