Fim do desmatamento ilegal e metas ambiciosas marcam anúncio de Obama e Dilma sobre o clima
Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff fizeram a esperada declaração conjunta sobre mudanças climáticas no final de sua reunião de trabalho nesta terça-feira (30), na Casa Branca. Constatando as consequências dramáticas das mudanças climáticas e o impacto sobre populações e economias pobres e vulneráveis, ambos se comprometeram a cumprir metas para apresentar à Conferência do Clima da ONU, a COP 21, em Paris, no final deste ano de 2015.
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Enviada especial da RFI a Washington
O comprometimento do Brasil com o desmatamento ilegal e o objetivo dos Estados Unidos de chegar a 20% de energias renovaveis até 2030 foram os principais anúncios da declaração. Brasil e Estados Unidos estão decididos a enfrentar o desafio climático, e os dois dirigentes estão conscientes do objetivo a longo prazo de limitar o aumento da temperatura global a 2°C no máximo.
O primeiro comprometimento conjunto é a mobilização para obter financiamentos públicos e criar instrumentos financeiros que atraiam investimentos privados. O objetivo é conseguir apoio para projetos de desenvolvimento de baixo carbono assim como apoiar as transições dos países para economias de de baixo carbono.
EUA e Brasil hoje
Os presidentes apresentaram a situação de seus países em relação à emissão de gases de efeito estufa: Brasil e Estados Unidos foram os paises no mundo que mais reduziram as emissões. O Brasil reduziu cerca de 41% em relação a 2005, e os americanos diminuíram 10% e continuam a trabalhar para cumprir sua meta para 2020, sempre fixados no objetivo de reduzir, em 2025, as emissões do conjunto de sua economia de 26% a 28% abaixo dos níveis de 2005.
Dilma anunciou que o Brasil vai implementar políticas para eliminar o desmatamento ilegal , porém sem determinar nenhum prazo. O combate deverá acontecer ao lado do aumento de estoques de carbono através do reflorestamento e da restauração florestal.
Em números, o Brasil espera restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Sobre o aumento anunciado do uso de fontes renováveis, o Brasil espera que sua matriz energética atinja entre 28% e 33% de fontes renováveis (eletricidade e biocombustiveis), além de geração hidráulica, em 2030. Em 2012 o índice estava em torno de 8%.
Individualmente, os dois países pretendem atingir 20% de fontes renovíveis em suas matrizes elétricas até 2030, um novo desafio para os Estados Unidos, que hoje registra 12,9%. O Brasil registra cerca de 7,8%, meta que não inclui a geração de hidrelétricas.
Grupo de Trabalho
Uma novidade anunciada por Obama e Dilma é o lançamento de um Grupo de Trabalho de alto nível Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima (GTMC), para aumentar a cooperação bilateral nas questões ligadas ao uso da terra e energia limpa.
O grupo tem como alvo promover ações em florestas, agricultura e uso da terra visando estancar a mudança do clima ao lado do estimulo econômico.
Energia Limpa
Os mecanismos de cooperação bilateral sobre energia serão fortalecidos nas áreas de Energia Renovável, Energia Energética e Armazenamento, Pesquisa Básica sobre Energia, Geração de Energia Nuclear e impulso aos investimentos.
As secas e fenômenos climaticos também preocupam as duas lideranças, que esperam troca experiências sobre planejamentos nacionais.
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