Dilma trata de exportações com empresários brasileiros em 1° dia de visita aos EUA

Em seu primeiro dia de visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff se reuniu neste domingo (28) em Nova York com investidores brasileiros. A viagem deve servir para normalizar as relações bilaterais, abaladas após o escândalo de espionagem da agência de inteligência americana e atrair investimentos.

A presidente brasileira, Dilma Rousseff. Reuters

Giuliana Vallone, correspondente da Folha de São Paulo, especial para a RFI

Um café da manhã com 25 empresários de multinacionais brasileiras marcou o início da agenda da presidente Dilma Rousseff nos Estados Unidos. Dilma se reuniu com os executivos no hotel em que está hospedada, na cidade de Nova York - seu único compromisso na agenda neste domingo-, mas não quis falar à imprensa após o encontro. Enviou, em seu lugar, os ministros do Desenvolvimento, Armando Monteiro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

De acordo com Armando Monteiro, Dilma fez um discurso inicial aos empresários, mas falou pouco e preferiu ouvir o que tinham a dizer. Dos executivos, escutou sobre a necessidade de padronização de normas entre os setores privados brasileiro e norte-americano. Sem um tratado comercial amplo em vista, um acordo para padronizar as regras de comércio entre os dois países tornou-se prioridade do governo brasileiro durante a visita aos Estados Unidos.

Ele facilitaria a entrada de produtos brasileiros em território norte-americano, em um momento em que o governo de Dilma Rousseff tenta aumentar as exportações como forma de melhorar o desempenho econômico do país.

Na entrevista coletiva, o ministro Armando Monteiro afirmou que há o reconhecimento, dentro do governo e do setor privado, de que o comércio exterior é um canal muito importante neste momento. Ele classificou o aumento de exportações como uma “prioridade irrecusável.”

Joaquim Levy

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a Nova York no início da tarde e também participou da reunião. Tanto Levy quanto Monteiro não quiseram comentar os últimos desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

Entre os executivos no encontro, estavam Carlos Fadigas, presidente da Braskem - cujos maiores acionistas são Petrobras e Odebrecht, investigadas pela Operação Lava Jato -, André Gerdau, presidente do grupo de mesmo nome, e Wesley Batista, do grupo JBS. Também participaram Rubens Ometto, presidente do conselho da Cosan, Elizabeth Farina, da Unica, e José Luis Cutrale, do grupo Cutrale.

Agenda

Na segunda-feira (29), ainda em Nova York, Dilma terá encontros com empresários norte-americanos e com o ex-secretário de Estado Henry Kissinger. Também fará o encerramento do seminário “Infrastructure Brazil”, cujo objetivo é divulgar o novo programa de concessões de infraestrutura lançado pelo governo. Em seguida, a presidente segue para Washington, onde se reunirá com o presidente dos EUA, Barack Obama.