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Eleição/EUA

Tentando se descolar da imagem da família, Jeb Bush lança candidatura

Filho de George H. W. Bush e irmão mais novo de George W. Bush, dois ex-presidentes dos Estados Unidos, Jeb Bush anuncia nesta segunda-feira (15) sua candidatura às eleições de 2016. Embora todos conheçam sua intenção de ser o terceiro integrante da família à frente do país, a investida oficial começa a partir desta noite, no momento em que as pesquisas de intenção de voto mostram uma queda do caçula Bush.

O candidato republicano Jeb Bush (à direita) com irmão e ex-presidente norte-americano George W. Bush.
O candidato republicano Jeb Bush (à direita) com irmão e ex-presidente norte-americano George W. Bush. REUTERS/Jason Reed
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De acordo com Anne-Marie Capomaccio, correspondente da RFI em Washington, o ex-governador do Estado da Flórida demorou para anunciar sua candidatura angariando fundos para a campanha, "o que não parece ter trazido bons resultados para o republicano", avalia a jornalista.

Jeb Bush, de 62 anos, liderava as intenções de voto entre o eleitorado conservador até o início deste ano, mas ele viu sua evolução desacelerar com a chegada de dois jovens candidatos: o governador do Wisconsin, Scott Walker, e o senador da Flórida, Marco Rubio.

"É pela própria direita que Jeb Bush é atacado", descreve Capomaccio. Especialmente o posicionamento do candidato a favor da regularização dos imigrantes sem documentos nos Estados Unidos, possibilidade extremamente criticada pelos republicanos.

"Eu sou eu"

Casado há mais de 40 anos com a mexicana Columba Garnica Gallo, que conheceu quando foi estudar no México, aos 17 anos, não é por falta de motivos que a questão da imigração é sensível para Jeb Bush, ao contrário do que parecia ser para o pai e o irmão. Ou ainda parece ser. A própria esposa se revelou chocada pela forma como o patriarca Bush se referia aos três filhos de Jeb, que apelidou "carinhosamente" de "pequenos escurinhos".

Questionado sobre a ideologia contrária à dos dois precedentes Bush na presidência, o candidato já repetiu diversas vezes: "Eu amo meu pai e meu irmão, mas eu sou eu".

De fato, Jeb tenta se afastar da ideia da dinastia Bush na presidência e sobretudo da política de seu irmão. A reticência do candidato ao opinar sobre a invasão do Iraque em 2003 e o reconhecimento de que talvez os Estados Unidos não deveriam ter se engajado no conflito não foram bem vistos pela família e o eleitorado republicano.

Apesar da próxima amizade com o irmão, com quem sempre aparece sorrindo e abraçado na mídia, o caçula não parece hesitar em separar família de trabalho: até mesmo no logo de sua campanha "Jeb!" o candidato deixou de lado o sobrenome.

Reforma da educação

Outro problema da campanha do caçula da família é a defesa de uma reforma na educação, um projeto já rejeitado pelo Tea Party. Jeb promete a criação de um programa na Flórida que permitirá a ida de estudantes de famílias modestas a escolas privadas.

A educação, aliás, é uma questão prioritária para o republicano. Até o ano passado, ele dirigiu a Fundação Pela Excelência Educativa, onde promoveu uma melhora do ensino básico do país, até então considerado medíocre em relação a outros países desenvolvidos.

15 republicanos na corrida eleitoral

A corrida pelas primárias republicanas promete ser longa e incerta. Ao menos 15 candidatos conservadores devem entrar na briga. O que há de concreto até o momento sobre a candidatura de Jeb Bush é sua clara intenção de aumentar sua base eleitoral da direita até o centro ao invés de abraçar os mais radicais, a exemplo de seu pai e irmão.

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