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Estados Unidos/Direitos civis

Obama participa da celebração de 50 anos da marcha de Selma pelos direitos civis

O presidente Barack Obama, a primeira-dama Michelle e as filhas do casal, Malia e Sasha, participam neste sábado (7), no Alabama (sul), das comemorações do 50° aniversário da Marcha de Selma, que transformou a vida dos negros nos Estados Unidos. O ex-presidente George W. Bush também deve para participar da cerimônia.

Selma, no Alabama, lembra neste sábado os 50 anos da marcha pacífica pelos direitos civis nos EUA.
Selma, no Alabama, lembra neste sábado os 50 anos da marcha pacífica pelos direitos civis nos EUA. Justin Sullivan/Getty Images/AFP
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Cinquenta anos após o combate histórico do pastor Martin Luther King para defender direitos civis aos negros americanos, Obama visita a cidade de Selma para recrutar uma nova geração nesta luta.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos lembrará o 50° aniversário da ousada marcha pacífica pelos direitos civis passando pela ponte Edmund Pettus, onde 600 manifestantes foram violentamente atacados pela polícia no dia 7 de março de 1965. A repressão da passeata, exibida ao vivo pela televisão, comoveu a população dos Estados Unidos. A ação brutal dos policiais, armados com cassetetes e gás lacrimogêneo, ficou conhecida como o "Domingo Sangrento".

Duas semanas mais tarde, milhares de pessoas lideradas por Martin Luther King saíram novamente de Selma para seguir até Montgomery, a 90 km de distância, onde chegaram em um longo cortejo após vários dias de uma marcha que entrou para a história da democracia americana. Alguns meses mais tarde, os negros conquistaram o direito de votar nos Estados Unidos.

Obama homenageia "aqueles que ajudaram a mudar este país"

Acompanhado por sua esposa Michelle e suas filhas Sasha e Malia, Obama insistirá no fato de que os acontecimentos de meio século atrás não estão confinados em uma época ou lugar. No aniversário de "Selma não se trata apenas de comemorar o passado", declarou Obama na véspera da sua visita. "A questão é honrar, por meio da ação aqui e agora, a imagem daqueles que ajudaram a mudar este país", explicou o democrata.

"Selma mostrou a coragem de pessoas simples fazendo coisas extraordinárias, com a convicção de que podiam mudar o país", disse Obama. "Todo ano nesta data devemos nos questionar sobre o que devemos fazer para que os Estados Unidos sejam um país melhor", acrescentou.

No início dos anos 60, um grande número de obstáculos minava o caminho dos afro-americanos até o registro eleitoral: dos 15.000 habitantes de Selma, apenas 300 tinham direito a voto.

No dia 6 de agosto de 1965, o presidente democrata Lyndon B. Johnson, que sucedeu John F. Kennedy, assinou a Lei de Direito ao Voto, garantindo a todos o direito ao sufrágio. Antes da aprovação da lei, era mais fácil para estados conservadores, como o Alabama, restringir o recenseamento eleitoral por meio da intimidação e do racismo.

Policial mata jovem negro em Madison

Um policial matou com um tiro um jovem de 19 anos que supostamente o atacou em Madison, no estado americano de Wisconsin, segundo informou o chefe da polícia da cidade neste sábado. O crime aconteceu ontem à noite e gerou protestos naquela cidade universitária da região centro-oeste dos Estados Unidos.

Este é mais um episódio de violência na série de incidentes envolvendo a polícia e jovens negros. A multiplicação dos casos tem aumentado a tensão racial nos Estados Unidos, gerando um debate nacional sobre a atuação da polícia em certas comunidades.

Selma x Ferguson

A história do que aconteceu em Selma no "Domingo Sangrento" voltou a ganhar destaque com o filme indicado ao Oscar que leva o nome da cidade. O longa é estrelado por David Oyelowo no papel de Martin Luther King.

O 50° aniversário da marcha de Selma acontece pousos dias depois de o Departamento de Justiça americano divulgar um relatório que aponta o racismo cotidiano e o comportamento discriminatório da polícia em Ferguson, que fica quase 1.000 km ao norte de Selma. "Eu não acredito que o que acontece em Ferguson seja típico", disse Obama na sexta-feira (6), mas "também não é um incidente isolado".

Apesar do "relatório contundente" sobre o Departamento de Polícia de Ferguson, o governo não processará a polícia pelo assassinato do adolescente negro Michael Brown. O rapaz, desarmado, foi abatido por um policial em agosto do ano passado, durante uma batida para controle de identidade. O incidente provocou várias semanas de protestos. Obama declarou que apoiava a decisão do Departamento de Justiça.

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