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Bolívia/Eleições

Conquistas sociais na Bolívia garantem reeleição de Evo Morales

O socialista Evo Morales, no poder desde 2006, foi reeleito já no primeiro turno da eleição presidencial da Bolívia para um novo mandato de cinco anos, segundo uma pesquisa de boca de urna realizada pelo Instituto Mori e divulgada pelo canal de tevê Unitel.

Evo Morales saúda simpatizantes que se reuniram na Plaza Murillo, após sua chegada ao Palácio Presidencial, em La Paz.
Evo Morales saúda simpatizantes que se reuniram na Plaza Murillo, após sua chegada ao Palácio Presidencial, em La Paz. REUTERS/Gaston Brito
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Evo, de 54 anos, teria conquistado 61% dos votos das eleições deste domingo (12), contra 24% de seu principal rival, Samuel Doria Medina, candidato do partido conservador União Democrata. Uma rápida apuração feita pela rede ATB confirmou a reeleição de Morales com uma votação parecida, de 60,5% dos votos.

"Esta vitória é um triunfo dos anti-imperialistas e dos anticolonialistas", declarou Evo Morales da sacada do Palácio Quemada, em La Paz, sede da presidência boliviana. O primeiro presidente de origem indígena da Bolívia não esperou os resultados oficiais do Supremo Tribunal Eleitoral para agradecer seus eleitores pela nova vitória nas urnas.

Segundo Morales, a eleição "foi um verdadeiro debate entre dois modelos: das nacionalizações e das privatizações. Os nacionalistas venceram com mais de 60%".

O sucesso eleitoral do ex-produtor de coca não foi nenhuma surpresa. Ele deve bater o recorde de longevidade à frente de um país marcado pela instabilidade política.

Seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), deve manter a maioria das cadeiras do Congresso. Nas eleições deste domingo, os mais de 6 milhões de eleitores bolivianos também tiveram que renovar o poder legislativo do país.

Os observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) não constataram nenhuma irregularidade durante a votação. Um membro da Organização, que pediu anonimato à agência AFP, declarou que o Tribunal Eleitoral local encontrou problemas no processamento de dados eletrônicos e, por isso, o anúncio oficial dos resultados sofreria atraso.

Conquistas sociais garantem reeleição

Evo Morales saiu consagrado pela terceira vez nas urnas depois de uma campanha concentrada na promessa de consolidar as reformas socialistas que tiveram início no seu primeiro mandato, em 2006. Durante seu governo, o PIB boliviano teve um crescimento médio de 5% ao ano e foi registrado um grande recuo da pobreza.

O presidente boliviano também nacionalizou setores cruciais da economia, como o petróleo e gás, e investiu os lucros em programas sociais, na educação e na melhoria das rodovias do país. Em 2006, mais de um terço dos bolivianos viviam abaixo da linha de pobreza. A proporção atual é de 20%. Paralelamente, a contribuição dos recursos provenientes do petróleo e gás no PIB passaram de 10 para 35%.

A Constituição da Bolívia, que foi emendada em 2009, limita o poder a dois mandatos consecutivos de cinco anos. Evo Morales pode se candidatar pela terceira vez depois de uma decisão da Corte Suprema que desconsiderou seu primeiro mandato,realizado antes da reforma constitucional.
Morales prometeu que não vai se candidatar para as eleições presidencias de 2019.

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