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EUA/ documentos secretos

Em artigo, ex-soldado Manning acusa EUA de mentir sobre Iraque

O ex-analista de sistemas americano no Iraque Chelsea Manning, preso pela responsabilidade no maior vazamento de documentos da história dos Estados Unidos, saiu do silêncio e acusou, neste domingo (15), o governo americano de continuar mentindo sobre o Iraque. Manning foi a fonte que cedeu os documentos publicados pelo site WikiLeaks.

Apoiadores de Manning fazem protesto para pedir a libertação da ex-soldado, que mudou de sexo e agora é mulher.
Apoiadores de Manning fazem protesto para pedir a libertação da ex-soldado, que mudou de sexo e agora é mulher. http://rfi.my/1kWbrEL
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“Agora que o Iraque está entrando em guerra civil e a América pensa em fazer mais uma intervenção, esse trabalho inacabado indica que há uma nova urgência para sabermos como o exército dos Estados Unidos controla a cobertura da imprensa sobre o engajamento de longa data no Iraque e no Afeganistão”, disse a ex-soldado, que trocou de sexo e se tornou mulher no ano passado. Manning, que na época das denúncias se chamava Bradley, publicou hoje um artigo nas páginas do jornal New York Times.

A ex-militar foi condenada a 35 anos de prisão em uma corte marcial por ter divulgado 700 mil documentos confidenciais. No artigo, intitulado “A nebulosa máquina de guerra”, ela afirma que “os limites atuais da liberdade de imprensa e a grande cortina de segredos do governo impedem que os americanos percebam plenamente o que acontece nas guerras que nós financiamos”.

“Violei a lei”

“Eu sei que, pelos meus atos, eu violei a lei. No entanto, as preocupações que me guiaram não foram resolvidas”, diz Manning, presa em Fort Leavenworth, no Kansas. A ex-soldado foi declarada culpada em agosto de 2013 por ter entregue centenas de milhares de documentos diplomáticos e militares ao fundador do WikiLeaks, Julien Assange.

O presidente americano, Barack Obama, disse na semana passada estudar “todas as opções” para impedir o avanço dos jihadistas no Iraque. Para Manning, a população americana ainda não está a par da “verdade dos fatos” e fica “sem meios de avaliar a conduta dos dirigentes”.

“Fiquei chocada com a cumplicidade do nosso exército com a corrupção nas eleições de 2010 [no Iraque]. Entretanto, os detalhes profundamente preocupantes desapareceram dos radares da imprensa americana”, afirmou Manning, na coluna. “Como as maiores autoridades podem dizer que a opinião pública americana e até o Congresso apoiam o conflito se eles sequer têm acesso à metade das informações?”, observa.

 

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