Acessar o conteúdo principal
Estados Unidos/Espionagem

Ativistas pedem Nobel da Paz a Bradley Manning

Um abaixo assinado com mais de 103 mil assinaturas foi encaminhado ao Instituto Nobel de Oslo, pedindo que o prêmio homônimo desde ano seja entregue ao soldado americano Bradley Manning, julgado nos Estados Unidos pelo vazamento de cerca de 700 mil documentos diplomáticos e militares para o site Wikileaks.

Soldado Bradley Manning comparece ao Tribunal Militar de Maryland, nos Estados Unidos, em foto do dia 30 de agosto de 2013.
Soldado Bradley Manning comparece ao Tribunal Militar de Maryland, nos Estados Unidos, em foto do dia 30 de agosto de 2013. REUTERS/Gary Cameron
Publicidade

De acordo com os signatários, este gesto permitiria dissipar "a nuvem que plana sobre o comitê norueguês" depois da atribuição da edição de 2009 a Barack Obama, pouco depois de ele intensificar os esforços de guerra no Iraque. "Ninguém fez mais do que Bradley Manning para combater o que Martin Luther King chamou de 'loucura do militarismo'", diz o texto.

Julgado em corte marcial, o soldado de 25 anos foi considerado culpado de 20 acusações, cinco delas por violar a lei de espionagem e pode ser condenado a até 90 anos de prisão. De acordo com o jornalista norte-americano Norman Solomon, um dos criadores da petição, um Nobel para Manning destacaria a importância das pessoas que chamam atenção para a democracia e a paz.

"Se não pudermos dizer a verdade, a paz vira muito mais um exercício superficial de retórica do que uma realidade", declarou Solomon em coletiva de imprensa concedida antes do envio do documento de 5 mil páginas ao Instituto Nobel. Decepcionado com Barack Obama, o jornalista denunciou a "normalização da guerra perptua" que os Estados Unidos sustentam.

"O prêmio Nobel da Paz precisa mais de Bradley Manning do que ele precisa de um Nobel da Paz, já que não dúvida alguma sobre o compromisso dele com os direitos humanos e a paz", afirmou. Da parte do Comitê, este compromisso já não é tão nítido, aos olhos do jornalista.

Solomon evocou também Julian Assange, fundador do Wikileaks, e o ex-técnico em informática da CIA Edward Snowden, também acusado de espionagem por, ironicamente, vazar documentos de uma amplo programa de espionagem digital dos Estados Unidos. Para ele, os casos destas três pessoas mostram uma "tendência progressiva da administração Obama a se apoiar sobre a repressão, as ameaças e a propaganda difamatória de quem acredita na transparência".

Em outras ocasiões, o diretor do Instituto Nobel Geir Lundestad já afirmou que este tipo de campanha não tem influência sobre as decisões do comitê. O Nobel da Paz será anunciado no dia 11 de outubro, em Oslo.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.