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Venezuela/Presidencial

Maduro desafia Capriles e aceita recontagem de votos

Nicolás Maduro, presidente interino e herdeiro escolhido por Hugo Chávez, foi declarado oficialmente vencedor da eleição presidencial realizada neste domingo na Venezuela com 50,66% de votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O candidato da direita, Henrique Capriles, obteve 49,07% da preferência do eleitorado. Diante da  margem apertada, Capriles exigiu a recontagem dos votos, e Maduro se disse pronto para uma "auditoria."

Nicolás Maduro é fotografado pouco antes de votar neste domingo, 14 de abril, em Caracas.
Nicolás Maduro é fotografado pouco antes de votar neste domingo, 14 de abril, em Caracas. REUTERS/Marco Bello
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Elianah Jorge, correspondente em Caracas

Maduro comemorou a vitória, mas aceitou a recontagem proposta pela oposição. "Os mais interessados em uma auditoria somos nós. Estou solicitando oficialmente ao Conselho Nacional Eleitoral que realize uma auditoria no país para que não tenha dúvidas do resultado eleitoral", declarou.

A diferença é de menos de 300 mil votos. Estes números tão próximos apontam que o país continua dividido e seguindo o caminho do socialismo implementado pelo presidente que governou o país por 14 anos e faleceu há pouco mais de um mês em decorrência de um câncer agressivo.

“Valeu a pena confiar no povo da Venezuela. Pobreza zero até 2019”, declarou o presidente eleito e que até a divulgação dos resultados exercia o cargo de presidente interino do país.

A meta de Nicolás Maduro era alcançar o total de 10 milhões de votos, ideal que Chávez pretendia receber na eleição de outubro passado, quando concorreu contra Capriles e saiu vitorioso, ainda que não tenha tomado posse devido à doença o vitimou. Morto em 5 de março deste ano, Chávez foi uma das principais figuras desta campanha devido às repetitivas vezes que Maduro pronunciou o nome do ex-presidente. O herdeiro político do líder bolivariano promete seguir o plano de governo apresentado por Chávez na eleição passada, com metas a consolidar no período 2013-2019.

Por sua vez, Henrique Capriles Radonski anunciou que não irá reconhecer os resultados até que todos os votos sejam contados. O advogado de 40 anos, líder da oposição, apresentou 2.200 incidências de irregularidades no processo eleitoral e afirmou que não compactua nem com a mentira nem com a corrupção. “Não faço pacto com a ilegitimidade”, declarou Capriles em referência a supostas violações da Constituição da Venezuela.

O dia de votação foi relativamente tranquilo e sem tumultos. Porém muitos casos de violação das regras eleitorais foram denunciados: o voto assistido, o uso de proselitismo político e um caso curioso, o de quatro pessoas que teriam engolido o comprovante de votação.

Nicolás Maduro foi chanceler da Venezuela por seis anos e está à frente do país desde que Chávez se ausentou do país para seguir tratamento contra o câncer em Cuba, em dezembro do ano passado. Um dos principais desafios do novo presidente é controlar as contas públicas, conter a inflação e livrar o país da escassez de produtos da cesta básica. Embora seja um dos grandes produtores mundiais de petróleo, a Venezuela precisa importar mais de 50% dos produtos básicos.

Maduro irá tomar posse ainda esta semana.

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