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EUA/política

Reeleito, Obama enfrentará crise com Congresso dividido

Conciliação é o maior desafio do presidente Barack Obama nesses próximos quatro anos no comando da Casa Branca. Para cumprir suas pendências com o povo americano, o presidente democrata precisa dos republicanos. E depois de meses de uma das campanhas mais negativas e caras da história do pais, parece haver um consenso de que é hora de acabar com o entrave em Washington - que vem revoltando os americanos.

O presidente reeleito dos EUA, Barack Obama e o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner terão que construir uma nova relação para trabalharem juntos na redução do déficit e dos impostos.
O presidente reeleito dos EUA, Barack Obama e o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner terão que construir uma nova relação para trabalharem juntos na redução do déficit e dos impostos. REUTERS/Yuri Gripas
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O presidente já prometeu uma conversa com o ex-adversário Mitt Romney e com os líderes da oposição. Romney falou que é hora de colocar o povo a frente dos impasses políticos. O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, disse que é “melhor dançar do que lutar”. Até o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner - grande rival político do presidente – acabou usando um tom mais conciliador e garantiu que seu partido está pronto para ser liderado pelo presidente e para trabalhar junto, em busca de um terreno comum.

No entanto, na prática tudo é mais difícil. Os dois partidos defendem políticas opostas principalmente em questões sociais e econômicas. O primeiro desafio de Obama de volta a Washington é evitar o “abismo fiscal” – uma série de cortes de gastos públicos e o fim de isenções fiscais que podem entrar em vigor automaticamente em janeiro se o Congresso não chegar a um acordo sobre o orçamento. Economistas alertam que isso poderia levar o país a uma nova recessão.

Esse impasse deve dominar as discussões nos Estados Unidos até o fim do ano. Ainda mais porque a configuração politica de Washington segue dividida. Nas eleições legislativas, os republicanos seguraram o controle da Câmara dos Representantes - eles têm agora 233 cadeiras (3 a menos) e os democratas, 193 (3 a mais). No Senado, a liderança continua nas mãos dos democratas - eles ficaram com 54 assentos (um a mais) e os republicano, com 45 (dois a menos).

A divisão do Congresso reflete um país extremamente polarizado. A eleição presidencial, também. O republicano Mitt Romney ganhou entre os homens brancos e mais velhos. O democrata Barack Obama venceu entre os latinos, negros, homessexuais, jovens e mulheres. 93% dos negros, 71% dos latinos e 55% das mulheres votaram em Obama.

Assim, o presidente levou sete dos nove estados-pêndulo (que definem a eleição americana) - inclusive Ohio e Virgínia. Romney venceu somente na Carolina do Norte. E na Flórida ainda não há um vencedor. Nos demais estados não houve nenhuma surpresa. Aqueles com população essencialmente democrata - no norte e nas costas leste e oeste - elegeram Obama. As unidades da federação com população predominantemente republicana – no sul e no centro – elegeram Romney. Obama conseguiu 303 votos no colégio eleitoral, contra 206 de Romney.

Analistas afirmam que o partido republicano precisa se renovar, se adaptar à nova realidade demográfica do país e incluir negros, latinos, mulheres e jovens na sua agenda. Do lado democrata, esperam que o presidente, agora sem o peso da reeleição, busque o consenso que prometeu em 2008. No discurso da vitória, Obama garantiu que está mais inspirado do que nunca e que o melhor ainda está por vir.

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